Chuva no Oeste da Bahia faz escorrer o solo valioso
Chove muito sobre o Oeste da Bahia, numa continuidade de tempo chuvoso que vem praticamente desde o início da safra. O Oeste da Bahia cultiva 1 milhão e 600 mil hectares (essencialmente de soja, algodão e milho) e com o excesso de umidade num solo arenoso, o escorrimento da água exige muita atenção. A concentração de chuvas pesadas causa muita perda de solo, principalmente nos tratados, o que significa perda de material orgânico e um número ainda incalculável de tempo, trabalho e investimento.
-- "Está havendo perda considerável de solos construídos, isso é fato e é inaceitável", relata Julio Busato, presidente da Abapa (Associação dos Produtores de Algodão da Bahia). Tanto que a Abapa está investindo R$ 30 milhões na melhoria e adequação das estradas e a construção de mini-barragens para conter o escorrimento superficial e diminuir a velocidade da água no solo.
Por isso o interesse e a necessidade de discussão com os especialistas (doutores em solo) sobre as providencias e tecnicas para mitigar as perdas no Oeste da Bahia. Junto com a Abapa e a Embrapa Solos, o Notícias Agrícolas promoverá evento denominado "Construtores de solos" que acontecerá dia 26, quinta-feira, a partir da 8h30 no Sindicato dos Produtores Rurais de Luis Eduardo Magalhães (LEM), com transmissão ao vivo a partir das 9 horas, com participação e perguntas de produtores e interessados de todo o Brasil.
O objetivo, segundo João Batista Olivi, coordenador e ancora do encontro, é constatar, mostrar e debater os motivos e soluções que diminuam as perdas de solo registradas nas duas ultimas safras que registraram um grande acumulo de chuvas.
Mas há boas noticias vindas daquela região.
Os cuidados com a fertilidade também tem trazido resultados importantes. Na comparação com os solos originais (produzidos pela natureza), os solos do oeste baiano apresentam, em média, 1% de material organico. Já no planalto, onde a construção de solos já tem mais de 30 anos de prática, as áreas manejadas mostram um acrescimo de 1,25% de material organico, enquanto que nos solos tratados esse indice sobre para 1,35% de material organico.
O resultado se mostra na colheita, onde a soja nesta safra alcança uma produtividade-média acima de 65 sacas/hectares e o algodão (que tem ainda 20 dias até o incio da colheita), promete um rendimento acima de 280 arrobas por hectare, e com talhões bem conduzidos chegando ao expressivo numero de 500 arrobas/hectare, considerado uma marca inédita entre os produtores de algodão do Brasil.
"Portanto, o cuidado com o solo é fundamental para a nossa sustentabilidade", reafirma Julio Buzato. Daí a importancia do encontro que será transmitido pelo Notícias Agrícolas no próximo dia 26.
"Encontro de Construtores de Solos do Oeste da Bahia"
Dia 26 de abril de 2018
PROGRAMAÇÃO:
08:30 – Inscrições (Welcome Coffee)
09:00 – Abertura Abapa - Júlio César Busato
09:10 – Apresentação do Projeto “Construtores de Solo” – João Batista Olivi (jornalista e diretor do site Notícias Agrícolas) e Pedro Luiz de Freitas (Pesquisador - Manejo e Conservação do Solo e da Água, Embrapa Solos)
09:40 – Ricardo Reis Alves - Professor da Univ. Fed. do Oeste da Bahia - Geógrafo, Doutor em Geografia -- (Erosão de Solos em Sub-bacias Hidrográficas do Rio Grande: inventariação, impactos, determinação dos riscos e mitigação de processos)
10:00 – Paulo César Teixeira - Pesquisador em Fertilidade do Solo e Fertilizantes - Embrapa Solos;
(Construção da fertilidade de solo em grandes culturas com ênfase na adubação potássica)
10:30 – Júlio César Bogiani - Engenheiro Agrônomo - D. Sc. - Pesquisador da Embrapa Algodão – Fitotecnia Núcleo do Cerrado (Construção da fertilidade de solo em algodão)
11:00 – Afonso Peche Filho - Professor Me., Pesquisador científico no Instituto Agronômico de Campinas - IAC
(Fragilização do solo pela mecanização em áreas tropicais)
11:45 – DEBATE
12:30 – ENCERRAMENTO
2 comentários
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Renato Luiz Hannisch Santa Maria - RS
Muito, mas MUITO importante a participação dos agricultores, administradores, promotores de tecnologia, cerealistas e especialistas de toda a região do MATOPIBA nesta discussão que está sendo proposta.
Solo mal cuidado acaba assoreando os riachos e rios da região. Além do produtor perder a "nata" do seu solo e ter que reinve$tir em recuperação, os impactos da erosão causada por chuvas tem impactos nas nascentes, rios e, até mesmo à população que vive ao longo dos rios que rebem todo o agroquímico proveniente destas erosões. Acredito que o encontro também poderá trazer respostas aos questionamentos e protestos ocorridos em novembro de 2017, sobre o Rio Arrojado. Certamente será uma valiosa oportunidade para refletir sobre os impactos da produção agrícola e quais medidas precisam ser adotadas para minimizar os impactos ambientais a curto, médio e longo prazo. Parabéns pela iniciativa em organizar tal evento. Abençoado encontro!!!Virgilio Andrade Moreira Guaira - PR
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