Mercado de opções pode ser boa alternativa para produtores brasileiros, mas prática não é usual no país
O mercado de opções se mostra como uma boa alternativa para a comercialização de soja, especialmente, em períodos de incertezas econômicas. No entanto, essa prática que poderia beneficiar o setor produtivo, não é usual no país.
Esse mecanismo é o meio em que são negociados direitos de compra ou venda de ativos, com preços e prazos de exercício preestabelecidos. O mercado de opções foi criado com o objetivo básico de oferecer um mecanismo de proteção contra possíveis perdas.
Apesar dos produtores terem o conhecimento sobre essa prática, as instituições financeiras não estão aptas para disponibilizar as opções no Brasil, em condições acessíveis. "Hoje não temos a possibilidade de utilizar essa ferramenta, o que temos praticamente é só o contrato a termo, onde travamos um preço em reais, mas que só podemos chegar a um determinado percentual daquilo que calculamos que vamos colher, ou seja, o objetivo é cobrir os custos variáveis", explica o vice-presidente da Aprosoja Paraná, Vittorio Venturi.
Neste mecanismo os produtores se protegem contra baixas do mercado no momento da comercialização fixando um valor mínimo de venda, ou caso as cotações venham a subir ele podem aproveitar esses níveis de preço.
A prática que já é bem disseminada pelos produtores nos Estados Unidos - cerca de 90% - garante ao agricultor uma segurança de preço conforme a opção que ele escolhe realizar. "Para tanto, o agricultor deve pagar um prêmio que devia ser em torno de 5%, mas no Brasil por não ter demanda os prêmios ultrapassam os 10%", destaca o jornalista João Batista Olivi.
Segundo Olivi, as opções a futuro é a melhor alternativa, pois diferente da venda futura, os produtores não deixam de participar de eventuais altas no mercado. Mas "pelo fato de ninguém participar do mercado de opções no Brasil, o prêmio acaba inviabilizando as negociações", explica.
Essa prática deveria ser incentivada pelo próprio Ministério da Agricultura e o principal financiador do crédito agrícola que é o Banco do Brasil. Haja vista que promovendo melhores condições ao setor produtivo, a instituição financeira também terá maior "garantia do retorno dos empréstimos que o banco fez ao setor agropecuário", ressalta Venturi.
6 comentários
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Ricardo Pozzetti Adamantina - SP
Esse e o cara.... Vitorio Venturi para presidente da Aprosoja.........................
e precisa pois anda sem presidente a muito tempo..só vasilina..
Herbert Kohl Rodrigues Paraopeba - MG
Excelente matéria (sobre opções a futuro).... A imensa classe de produtores agrícolas têm que se unir mesmo para cobrar incentivo em relação a essa ferramenta que poderia nos garantir uma maior segurança nos negócios. Também penso que os produtores devem buscar mais informações sobre o assunto, porque infelizmente a grande maioria até desconhece esse sistema. Gostaria de saber se teriam alguma indicação também sobre um curso direcionado para mercado de opções, pois isso ajudaria muito a desmitificar e incentivar o seu uso. Obrigado.
Boa tarde Sr Herbert, segue sugestão de curso: http://www.xpeducacao.com.br/curso/mercado-de-opcoes ,
abrs
PARA AQUELES QUE TIVEREM UM "TEMPO"...PODEM ASSISTIR, O VÍDEO DÁ UM EMPURRÃOZINHO https://www.youtube.com/watch?v=ikWIKYv87E4
AQUI JÁ É "DIRETO" MERCADO DE OPÇÕES https://www.youtube.com/watch?v=x9JNACebGVg
Paulo Roberto Rensi Bandeirantes - PR
ESSE É "O CARA"!!! PARABÉNS SR. JOÃO BATISTA !!!
Penso que se o Sr. usar o espaço do "NA" para difundir esse conhecimento, será a MAIOR QUEBRA DE PARADIGMA NA AGRICULTURA BRASILEIRA. Nem a "Revolução Verde" após a Segunda Guerra Mundial trouxe tanto upgrade na renda do produtor rural. Existem profissionais que poderiam ser entrevistados pelo Sr. e, usando uma linguagem comum, vai ser fácil para a maioria entender como se deve fazer... Em algum momento se falou que o "CLÃ OLIVI" é o maior produtor do Brasil, pois produz: INFORMAÇÃO PARA AUMENTAR A RENDA DO PRODUTOR RURAL !!! Mais uma vez... PARABÉNS ... DO TAMANHO DESSE BRASIL !!!ESSE É "O CARA" foi a frase usada pelo presidente dos EUA Barack Obama
devolve o que é nosso lulinha! gostei dessa, repassar pelos facebooks
Marcos Hildenbrandt Rondonópolis - MT
Parabéns ao João Batista Olivi por falar sobre essa importante ferramenta: as opções agricolas da BM&F.
Gostaria apenas de fazer 04 observações: 1 - O entrevistado levantou preocupação sobre não cumprimento do volume travado na bolsa devido a problemas climáticos. Essa talvez seja a maior vantagem das opções: não tem entrega física. Com isso, pode fazer 100% da expectativa da colheita. 2 - O custo da opção é o produtor que escolhe.É como o seguro de um carro. Quanto maior o preço segurado, menor a franquia, maior o preço. Travando a um preço um pouco abaixo do extremo do gráfico, fica muito mais barata. Pode-se ainda colocar um limite do ganho, o que também faz com que o custo caia bastante.Só não pode fazer os dois, opção na bolsa e venda a termo da mesma mercadoria. 3 - Não vamos envolver o Estado nisso. Basta vontade de ir em um escritório que representa uma corretora da BM&F e aprender seu funcionamento. Toda cidade média tem escritórios. Esse ano é um bom ano para se fazer isso, se o dólar voltar a R$ 3,00 o Estado não vai ter recursos para subsídios e o problema será enorme. Vendas no físico devem ser cumpridos, mesmo que o valor de mercado esteja muito acima do contratado. 4 - O Banco do Brasil não está preparado para explicar como funciona PUT, CALL, PUT Spread e CALL Spread e nem vai acompanhar cada operação individual, aconselhando o cliente a sair fora da posição no melhor momento. Não tem pessoal especializado nisso. Finalizando, os comentários do Maurício P Cardoso e do Yuri Fabiano Schneider, colega na atividade, são perfeitos.Marcos, muito pertinentes seus comentarios. O produtor nao pode especular com preços, não é um hedge fund. Se a atividade está com bom retorno, tem que fixar o preço, tirar o risco da mesa e focar na operação agrícola.
Mauricio P Cardoso São Paulo - SP
Quanto maior o valor que o produtor deseja assegurar, maior o valor da opção. Normalmente os produtores buscam opções "fora dinheiro", ou seja, com valor assegurado um pouco abaixo de onde o preço de mercado se encontra e com valor aproximado a 5% do valor do produto. Existem corretoras que proveem liquidez para opções de soja na BMF e em Chicago, ambas com liquidação no Brasil. Sem dúvida nenhuma é a melhor ferramenta para a gestão de risco de preços que existem no mercado.
abrs,Bom dia Maurício, poderia me passa o contato dessas corretoras que tem liquidez para opções de soja CBOT com liquidação aqui?
favor encaminhar email para [email protected]
Yuri Fabiano Schneider Sorriso - MT
Parabéns pela matéria. O mercado de opções é realmente pouco utilizado pelo agricultores brasileiros.
Mas gostaria de deixar algumas ressalvas como participante do mercado que sou. Em primeiro lugar, não é de interesse dos Bancos comerciais, como o Banco do Brasil, fortalecer e atuar nesse mercado. A principal função desses bancos é a "venda de dinheiro". Seria necessário, por parte dos bancos, um investimento em mão de obra qualificada para estruturar a venda desse tipo de produto, e como o banco não esta interessado no bem estar do cliente, e sim no faturamento (como podemos claramente identificar nos produtos de investimentos ridículos que são oferecidos através de venda casada) isso será algo muito difícil de acontecer. O caminho para o produtor ter acesso a esses produtos não é através dos bancos, e sim das corretoras que dão acesso ao mercado futuro. As corretoras como instituições financeiras, tem como objetivo intermediar o acesso do cliente ao mercado. Na BMF são negociados dois contratos de soja. Um contrato tem como base o preço de Paranaguá em dólar. E outro contrato é o contrato espelho de Chicago, que varia conforme a oscilação da CBOT mas é cotado em US$/sc. No primeiro contrato futuro, base Paranaguá, existe o mercado de opções. Mas a liquidez é horrível (falta de pessoas atuando no mercado) o que acaba o tornando caro e inviável. O contrato espelho de CBOT ainda não tem negociação de CALL/PUTT (opções) apenas o contrato futuro. Eu acredito que em um país com relevância mundial em produção de grãos, deveria ter uma bolsa de mercadorias muito mais eficiente e com muito mais participantes do mercado. Para se ter uma ideia, na CBOT se negocia um volume de grãos, muito maior do que é realmente produzido pelo EUA. Aqui na nossa BM&F temos que lutar para que ao menos o volume que nós produzimos, seja negociado na bolsa. O melhor caminho para se conseguir isso, é através da união e da pressão dos nossos representantes a BMF, pois se trata de uma empresa que tem como objetivo reunir os compradores e vendedores. E fornecer os produtos adequados aos participantes do mercado. Como, por exemplo, um contrato de soja negociado em reais, e com um mercado de opções para esse contrato. Mas de nada adianta conseguir ter as ferramentas e não utilizar, como é o caso do mercado de opções para o milho (aonde existe uma boa liquidez, e custos para a compra dessas opções acessíveis). Então não adianta exigir de quem quer que seja uma coisa, se nem o que se tem disponível e viável é utilizado por parte da maioria dos produtores, cooperativas, granjas, e participantes do mercado de milho brasileiro. Seria um processo natural desenvolver liquidez na soja, se ao menos o mercado futuro de milho tivesse um bom volume de negociação na BM&F.