EUA já comprometeu mais de 47 mi de t de soja 2022/23 e se aproxima da estimativa total do USDA
A demanda pela soja norte-americana segue forte e os números trazidos pelo USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) em seu boletim semanal de vendas para exportação divulgado nesta quinta-feira (2) são mais um sinal dessa força. O país já comprometeu 47,271,4 milhões de toneladas da oleaginosa 2022/23, e e o total é 5% maior do que o registrado no mesmo período do ano passado. O USDA estima que sejam exportadas neste ano comercial 54,16 milhões de toneladas.
Na semana encerrada em 26 de janeiro, os EUA venderam 736 mil toneladas de soja, dentro das expectativas do mercado de 700 mil a 1,3 milhão de toneladas. O principal destino foi a China.
Os Estados Unidos têm sido uma alternativa importante para os importadores neste momento para os compradores, uma vez que há produto disponível e logística eficiente agora, enquanto a colheita está atrasada no Brasil e o tempo de espera vai crescendo nos portos brasileiros, além da oferta estar mais ajustada no disponível.
"O programa americano de exportação está um colosso, faltam menos de 8 milhões de toneladas para bater o número do USDA e faltam 30 semanas ainda (para se finalizar o ano comercial), então está bem acima do ritmo necessário, podendo continuar crescendo devido ao atraso da colheita aqui no Brasil. Uma coisa é vender, a outra é embarcar", explica o analista do complexo soja Eduardo Vanin, da Agrinvest Commodities.
Na temporada anterior, o ritmo mais intenso das vendas norte-americanas de soja para exportação se deu bem no final de janeiro, de acordo com a especialista internacional em commodities, Karen Braun.
O USDA informou, na última segunda-feira (30), que o Estados Unidos já embarcaram quase 36 milhões de toneladas também durante este ano comercial, o que responde por mais de 60% do total das exportações estimadas até agora pelo departamento. A média dos embarques é de 57,7%, porém, como explica a consultora de mercado Naomi Blohm, do Total Farm Marketing.
As atenções estão voltadas agora para os números atualizados que o departamento americano de agricultura traz na semana que vem. Até lá, essa demanda forte tem sido, inclusive, um pilar importante de suporte para as cotações da soja na Bolsa de Chicago, que seguem em patamares elevados e acima dos US$ 15,00 por bushel, em especial nas posições mais curtas.
VENDAS DE MILHO
Na contramão da soja, as vendas de milho dos EUA para exportação estão lentas e, no acumulado do ano comercial, são 43% menores do que no mesmo período do ano anterior, com 25,631,9 milhões de toneladas. Há um ano, o volume passava de 45 milhões. Para toda a temporada, o USDA estima que as exportações do grão sejam de 48,9 milhões de toneladas.
O número da última semana ficou acima das expectativas do mercado - de 600 mil a 1,2 milhão de toneladas - totalizando 1,593,2 milhão de toneladas de milho. Destinos não revelados ficaram com a maior parte.
"O Brasil já não é mais vendedor para meses curtos, o milho argentino está caro e a logística de escoamento no Mar Negro está muito lenta. O milho americano é a única alternativa para muitos importadores até julho", explica Vanin.
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