USDA: Expectativas indicam redução entre 7 e 8 mi de t na safra de soja dos EUA
A nova safra de grãos dos Estados Unidos vem inspirando muito cuidado e cautela entre os participantes do mercado diante de todos os problemas já sofridos e frente as incertezas que ainda estão por vir. Da área efetivamente plantada aos estoques finais, as especulações são crescentes. O atraso causado por incontáveis episódios de adversidades climáticas causou - e ainda vem causando - obstáculos e desafios grandes para que o USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) levante suas estimativas junto aos produtores rurais mais próximos possível da realidade das lavouras.
Assim, mais uma vez, os números do novo boletim mensal de oferta e demanda que o USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) traz nesta quinta-feira, dia 11 de julho, são muito esperados para que os traders voltem a dar uma direção mais clara para os preços no mercado internacional. Afinal, o clima parece ter dado uma trégua neste momento ao Corn Belt, com a possibilidade melhor de desenvolvimento das plantas, o que intensifica a incógnita sobre o real tamanho que terão as safras de milho e soja do país.
"Já há lavouras com um aspecto muito melhor, com condições melhores, se desenvolvendo, uma situação típica de culturas bem resistente, principalmente a soja. Então, o mercado também vê isso e entende que não se trata de uma situação tão desastrosa como se parecia inicialmente. De fato, a quebra não deve ser tão grave como foi da safra 2012/13, uma das maiores já vistas pelo La Niña, mas ela é grande o suficiente para fazer um alta de preços consolidada", explica o diretor da Cogo Inteligência em Agronegócio, Carlos Cogo.
Além disso, ainda como explica o executivo, há uma série de fatores que convergem neste momento que ainda pode comprometer o resultado das lavouras norte-americanas. Entre eles estão a falta de sol em boa parte do ciclo produtivo, as falhas em lavouras, períodos inoportunos de plantio que vão sofrer, mais a frente, com temperaturas mais frias, adversidades climáticas em tempos de colheita.
"Então, há pouca coisa boa ainda para acontecer,ainda há muito em aberto para piorar a situação das safras e isso não dá para medir agora. Por isso, não sei se as mudanças desse relatório serão muito radicais", complementa Cogo.
EXPECTATIVAS EM NÚMEROS
EUA SAFRA 2019/20
Produção - O mercado espera que o USDA traga uma redução na produção tanto de soja quanto de milho neste boletim mensal de julho. A média das expectativas para a soja é de 104,78 milhões de toneladas, contra 112,94 milhões do reporte de junho. As projeções variam entre 100,7 e 109,27 milhões de toneladas. Um intervalo tão amplo, ainda como explicam analistas e consultores, se dá, justamente, por conta das incertezas sobre as reais condições e do potencial de recuperação das lavouras, além do quadro climático.
Para o milho, a média esperada é de 343,2 milhões de toneladas, consideravelmente menor do que o número do mês passado de 347,49 milhões. Os traders esperam algo entre 319,19 e 352,57 milhões de toneladas.
Produtividade - Com uma produção menor sendo esperada, se espera, portanto, uma correção também nos rendimentos esperados nas duas culturas.
A produtividade esperada para a soja é de 54,24 sacas por hectare, na média, com o intervalo variando entre 52,67 e 56,04. Em junho, o número veio em 55,48 scs/ha. Já no caso do milho, a média das expectativas é de 172,49 sacas por hectare - em uma banda de 169,46 a 174,69 scs - contra o dado do mês anterior de 173,64 scs/ha.
Estoques Finais - O mercado em suas projeções espera também por uma redução nos estoques finais da nova safra dos EUA entre os números das duas culturas.
Os estoques finais de soja são esperados em 22,1 milhões de toneladas, com as expectativas variando entre 15,19 e 30,24 milhões de toneladas. No boletim anterior, o USDA estimou os estoques da oleaginosa em 28,44 milhões de toneladas.
Para o milho, a média esperada para os estoques finais é de 41,71 milhões de toneladas, contra 42,55 milhões estimadas em junho. As estimativas do mercado oscilam entre 31,37 e 49,33 milhões de toneladas.
EUA ESTOQUES FINAIS 2018/19
Estoques Finais - Mesmo mais tímida, o mercado também espera uma correção para baixo dos estoques finais de soja e milho da safra velha dos EUA.
As expectativas para a oleaginosa são de números entre 15,45 e 29,94 milhões de toneladas, com média de 28,25 milhões. Em junho, a estimativa do departamento americano foi de 29,12 milhões de toneladas.
Já de milho, a média das projeções é de 55,35 milhões de toneladas, com os números variando entre 41,05 e 60,58 milhões de toneladas. No boletim anterior, a estimativa foi de 55,76 milhões de toneladas.
MUNDO ESTOQUES FINAIS 2019/20
Os estoques finais mundiais da safra nova de soja são esperados em algo entre 103 e 124,1 milhões de toneladas, com média de 110,7 milhões. O número anterior foi de 112,7 milhões de toneladas.
Sobre o milho, a média das expectativas é de 290,2 milhões de toneladas, em um intervalo de 282,4 a 294,5 milhões de toneladas, e diante das 290,5 milhões de toneladas estimadas em junho pelo USDA.
MUNDO ESTOQUES FINAIS 2018/19
Da safra velha, os estoques finais globais de soja têm média nas expectativas de 112,6 milhões de toneladas, com as projeções variando de 111,6 a 115,5 milhões de toneladas. Há um mês, o USDA estimou os estoques em 112,8 milhões.
Sobre o milho, a média esperada pelo mercado para os estoques finais é de 325 milhões de toneladas, e as expectativas são de 320 a 329,6 milhões de toneladas. Em junho, o departamento estimou 325,4 milhões de toneladas.
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