Trigo tem novo rally nesta 6ª feira e encerra o dia em Chicago com altas de até 4%
A sexta-feira (18) fechou os negócios com altas de até 4% entre os futuros do trigo na Bolsa de Chicago. Os preços subiram de 20,75 a 23,75 pontos nos contratos mais negociados, levando o setembro a US$ 6,13 e o março/24 a US$ 6,67 por bushel. A semana foi de bastante volatilidade, mas o rally se configurou efetivamente nesta última sessão.
Segundo explicaram os analistas da Agrinvest Commodities, as altas foram reflexo do mercado "avaliando as tensões entres Rússia e Ucrânia e a oferta na região do Mar Negro". A guerra entre os dois países continua escalando e, nesta sexta, a Rússia relatou ataques ucranianos no centro de Moscou e na região da Crimeia.
A região conta com o "Estreito de Kerch, área próxima do principal porto da Rússia para exportação de grãos e petróleo. Os ataques causaram um incêndio em um galpão de 1300 metros quadradis ba região portuária de Novorossiysk", complementa a Agrinvest.
Analistas e consultores de mercado internacionais têm a mesma perspectiva e temem que a escalada intensa do conflito comprometa ainda mais a interrompa a saída de grãos de forma ainda mais severa do que já se observa atualmente.
No entanto, de outro lado, a volatilidade também tem estado acentuada por conta de fundamentos que, neste momento, exercem alguma pressão sobre os preços ou, pelo menos, limitam seus ganhos, como explica o analista da Safras & Mercado, Élcio Bento.
"A minha percepção sobre os preços internacionais é que não temos muito espaço para cair - porque quando vemos o quadro de oferta e demanda global os estoques são semelhantes aos do ano passado - e também não tem muito espaço para subir porque, em última instância, o que dita o comportamento dos preços são os fundamentos. A guerra, em termos de abastecimento de trigo especialmente, percebemos que a participação de Ucrânia e Rússia, seguem ou até aumentou", diz.
O fornecimento por ambos os países, há cerca de 28% a 29% de todo o trigo que é exportado no mundo saindo destas duas nações, contra algo entre 25% e 27% dos últimos anos, ainda de acordo com o especialista.
Reveja a entrevista completa de Élcio Bento, ao Bom Dia Agronegócio, do Notícias Agrícolas, nesta sexta-feira:
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