Condições climáticas favorecem o plantio e desenvolvimento do trigo no Rio Grande do Sul
Com a sequência de dias sem a ocorrência de chuvas – entre 29/06 e 02/07 – e a decorrente diminuição do teor de umidade nos solos, foi possível retomar a semeadura do trigo e intensificar a operação onde havia atraso. De acordo com o Informativo Conjuntural produzido e divulgado nesta quinta-feira (07/07) pela Emater/RS-Ascar, a estimativa de cultivo de trigo no Estado para a safra 2022 é de 1.413.763 hectares. A produtividade estimada é de 2.822 kg/ha.
A proporção de lavouras implantadas elevou-se para 80% durante o período. Esse índice é maior na região Noroeste do Estado, onde alguns municípios estão próximos da finalização, e menor em parte da Serra, onde está no início.
A maior incidência de radiação solar traduziu-se também em melhores condições para as lavouras implantadas anteriormente e que apresentavam um aspecto mais amarelado. Foi observado um crescimento mais rápido, e as plantas tomaram um porte mais vigoroso.
Com as condições anteriores de elevada umidade, houve aumento da incidência de plantas invasoras, em especial o azevém, exigindo a antecipação do controle. Com o tempo firme, foram realizadas pulverizações com herbicidas e outros tratos culturais, como adubação nitrogenada em cobertura.
Na região administrativa da Emater/RS-Ascar de Bagé, os volumes de chuvas de até 50 mm, registrados na Campanha, refletiram no atraso na semeadura, e as lavouras estabelecidas sofreram estresse devido ao excesso de umidade nos solos. Alguns produtores de Aceguá desistiram do plantio do cereal nessa safra, pois a época já é considerada inadequada para a semeadura de cultivares de ciclo mais longo. Até o momento, só foi possível implantar 6% da área projetada para o município, e a previsão de continuidade das chuvas pode adiar a semeadura para a segunda quinzena de julho. No outro extremo da regional, na região da Fronteira Oeste, o tempo mais seco beneficiou a implantação. Em Itacurubi e Maçambará, a semeadura aproximou-se de 80% da área projetada, e a redução dos níveis de umidade do solo também favoreceu as lavouras em fase de desenvolvimento vegetativo. Em Manoel Viana, os produtores aproveitaram os dias sem chuvas para concluir os trabalhos de dessecação de pré-semeadura e avançar com o plantio, que ainda estava em atraso. Em São Borja, o plantio avançou para 75% da área prevista, restando apenas as lavouras situadas em baixadas úmidas, onde ainda são necessários mais dias com sol para o acesso das máquinas.
Na de Caxias do Sul, nos Campos de Cima da Serra, com o cessar das chuvas, foi possível dar início à semeadura de trigo, a qual deverá se estender até o final de julho. Nos municípios de menor altitude da Serra, a semeadura foi retomada e deverá ser concluída nos próximos dias. As primeiras lavouras implantadas apresentam bom estabelecimento inicial, embora em algumas baixadas apresentem falhas devido ao excesso de umidade ocorrido logo após a semeadura.
Na regional de Ijuí, houve grande avanço na semeadura, que alcançou 90% da área projetada. Foi finalizado o plantio de trigo com ciclos precoce e médio dentro do período ideal para essas cultivares. As lavouras semeadas até o dia 25 de junho apresentam excelente emergência e representam aproximadamente 75% das lavouras implantadas.
Na de Santa Rosa, o plantio foi retomado, avançando a proporção de lavouras implantadas de 73% para 91% durante o período. O preparo das demais áreas para o cultivo foi concluído com a dessecação total de plantas, e a semeadura deverá ser concluída até o dia 10 de julho, na data limite do período recomendado pelo Zoneamento Agroclimático para a região. As lavouras implantadas estão em germinação e desenvolvimento vegetativo, apresentando adequada população de plantas e boa sanidade.
Na de Pelotas, apesar da elevada umidade, prosseguiu a semeadura do trigo, que alcançou 40% da área estimada de 17 mil hectares para a região. Nas regionais de Passo Fundo e Santa Maria, o índice dos cultivos estabelecidos é de 60%. Nas de Erechim, Frederico Westphalen e Soledade, a proporção é maior, com 90% das lavouras plantadas. Em todas as regionais, o maior número de horas com insolação favoreceu o estabelecimento e melhorou o desenvolvimento vegetativo, que estava sendo afetado pela baixa luminosidade no período anterior.
CULTURAS DE INVERNO
Canola - A estimativa de cultivo de canola no Estado para a safra 2022 é de 48.457 hectares. A produtividade estimada é de 1.885 kg/ha.
Aveia branca - A estimativa de cultivo de aveia branca no Estado para a safra 2022 é de 392.507 hectares. A produtividade estimada é de 2.217 kg/ha.
Cevada - A estimativa de cultivo de cevada no Estado para a safra 2022 é de 36.727 hectares. A produtividade estimada é de 2.958 kg/ha.
OLERÍCOLAS
Alho - Na regional da Emater/RS-Ascar de Caxias do Sul, as condições climáticas favoráveis, com pouca chuva, diversos dias com radiação solar e, consequentemente, redução na umidade do solo, possibilitaram um forte avanço na implantação das lavouras, atividade que vinha sendo extremamente impactada na sua evolução pelas adversidades edafoclimáticas. As condições para o desenvolvimento das atividades a campo melhoraram. Porém, embora ainda não sejam as mais ideais, permitiram a confecção de canteiros, o plantio e o controle inicial de plantas concorrentes na cultura. Os produtores que ainda não haviam realizado, aceleraram o processo de preparo dos bulbilhos para o plantio. Com isso, o plantio, se ainda não foi intensificado, deverá ser, já que o período preferencial está se esgotando, principalmente na região Colonial. As lavouras já estabelecidas a campo foram favorecidas pela maior insolação e pela redução da umidade e, de modo geral, não apresentam problemas fitossanitários até o momento.
Na região de Passo Fundo, as condições de clima seco e menor umidade nos solos reuniram condições para desencadear o início do plantio da cultura, que deverá se estender nas próximas semanas; o plantio é todo manual.
Cebola - Na regional de Pelotas, as mudas estão em pleno desenvolvimento vegetativo. O estande das plantas é bom. Nos canteiros com mudas transplantadas e em desenvolvimento vegetativo, já são necessários tratamentos fitossanitários semanais para o manejo preventivo das doenças devido à alta umidade relativa do ar e à presença excessiva de orvalho. Em São José do Norte e Tavares, seguem os envios de projetos de crédito de custeio da atividade para os agentes financeiros e a aquisição de insumos.
Na de Passo Fundo, os canteiros semeados estão em fase vegetativa, entretanto, apresentam problemas fitossanitários decorrentes da ocorrência de fungos, esta provocada pelo excesso de umidade e pelas chuvas em junho. Foi iniciada a semeadura nas áreas cultivadas no sistema de plantio direto no solo. As operações de comercialização realizadas na região são de cebola vinda de São Paulo; o preço é de R$ 2,20/kg.
Na regional de Porto Alegre, as condições gerais da cultura na microrregião da península de Mostardas são de bom desenvolvimento das mudas nas sementeiras, favorecidas pelo frio. Até o momento, não há presença de doenças e pragas. Mantêm-se os cuidados com a condição de umidade alta do solo e a neblina.
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