Trigo tem novo dia de limite de baixa nos primeiros contratos em Chicago nesta 4ª feira
O mercado do trigo na Bolsa de Chicago deu continuidade às baixas na sessão desta quarta-feira (9), encerrando o dia com perdas de 47,50 a 85 pontos entre os principais vencimentos. Assim, o maio fechou o pregão com US$ 12,01 e o julho com US$ 11,10 por bushel. Os dois primeiros contratos permaneceram travados no limite de baixa o dia todo.
Os futuros do cereal já vinham apresentando um expressivo movimento de correção e de realização de lucros desde ontem, embora mantendo seu viés altista, diante das notícias do conflito Rússia x Ucrânia sendo absorvidas e esperando pelos novos desdobramentos. Hoje, como explicaram analistas internacionais, o recuo foi intensificado pelos novos números do USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) em seu novo boletim mensal de oferta e demanda.
Os estoques finais foram corrigidos para cima, os quais ficaram em 277,59 milhões de toneladas na nova safra, com números que ficaram acima das expectativas do mercado. Ainda de acordo com os especialistas, esse incremento se deu com o aumento da safra australiana, principalmente. E assim, se estima ainda uma produção global maior de trigo, que foi revisada pelo USDA de 776,42 para 778,52 milhões de toneladas.
Apesar dos dois dias de baixas bastante agressivas, os preços do grão continuam mais de 50% superiores aos níveis registrados no começo deste ano. Afinal, o conflito continua e a logística da região do Mar Negro e do Mar de Azov permanece fechada, o que deverá manter um bom volume do cereal fora do mercado. Ainda olhando para os números do USDA, o boletim trouxe uma baixa de três milhões de toneladas nas exportações russas de trigo - para 32 milhões de toneladas - enquanto o corte nas vendas externas da Ucrânia foi de quatro milhões, passando a ser estimadas em 20 milhões.
A produção ucraniana foi ainda projetada em 33 milhões de toneladas e da Rússia caindo de 75,5 para 75,16 milhões.
Ainda entre os desdobramentos da guerra, o mercado especula sobre a lista dos produtos e matérias-primas que deverão ser restritos das exportações pela Rússia, como já foi informado pelo país, bem como as próximas rodadas de negociação. Segundo o primeiro russo, Mikhail Mishustin, os estoques de trigo da nação deverão ser destinados, primeiramente, para garantir a segurança alimentar de sua população.
Da mesma forma, nesta quarta-feira, a Ucrânia informou a suspensão de suas exportações de vários grãos, incluindo centeio, cevada, trigo sarraceno e milheto, além de açúcar, sal e carne até o final deste ano.
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