Trigo volta a fechar o dia com o contrato mais negociado em Chicago no limite de alta nesta 2ª
Os preços do trigo registraram mais um dia de altas fortes no mercado internacional nesta segunda-feira (7). Os negócios se concluíram com ganhos de 78,50 a 85 pontos nos contratos mais negociados, levando o maio a US$ 12,94 e o julho a US$ 12,53 por bushel. O mercado segue refletindo, primeiramente, os desdobramentos da guerra entre Rússia e Ucrânia, porém, encontra força também no cenário de fundamentos, que já vinha positivo.
O contrato maio - que é o mais negociado neste momento - operou durante todo o tempo no limite de alta pela sexta sessão consecutiva neste início de semana. Além disso, como informa a agência de notícias Bloomberg, a última semana acumulou um ganho de 41% entre os futuros do cereal, a mais forte alta em seis décadas para este mercado, levando as cotações aos mais elevados patamares em 14 anos. Desde o início de 2022, a alta é de 68%.
A demanda que estaria buscando agora os trigos russo e ucraniano se deslocam para outras origens e puxam os preços em todos os mercados. Assim, os preços não sobem somente nas bolsas norte-americanas, mas em outros pontos do mundo também, como é o caso da Euronext em Paris.
Os 18 portos da Ucrânia seguem fechados em função do conflito e as negociações com empresas da Rússia estão praticamente paralisadas, o que alimenta ainda mais o deslocamento dos compradores para outras origens e agrava as preocupações sobre a oferta que chega de ambos os países.
Gigantes do agro como ADM, Cargill, Bunge e Louis Dreyfus estão com seus escritórios fechados nas duas nações. Assim, nos últimos dias, o que se vê no mercado internacional é um aumento expressivo de compradores buscando alternativas como Estados Unidos, Austrália, Argentina e França para garantir o grão.
Ademais, o mercado começa a absorver ainda a informação de que não terá, nesta nova temporada que se inicia, a oferta das safras da Rússia e da Ucrânia, que estão nos campos se desenvolvendo e não deverão nem ao menos serem colhidas.
A oferta não preocupa só na Rússia e na Ucrânia, mas também na China. "Há informações de que a safra chinesa de trigo não vai bem é mais um fator de suporte para os preços", explica a consultora sênior da mercado da Total Farm Marketing à Bloomberg.
Uma notícia da Reuters traz a informação de uma autoridade chinesa que afirmou que a safra de trigo de inverno do país pode ser "a pior da história". Adversidades climáticas atingiram em cheio a produção do cereal na nação asiática.
Além disso, durante a visita de Vladimir Putin à China, durante a abertura das Olimpíadas de Inverno, o país informou que iria abrir mais espaço às importações de trigo russo, o que também poderia ajudar a definir as trajetórias do mercado diante do atual momento do conflito e, principalmente, o que poderia acontecer depois.
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