A previsão para a safra de trigo é boa, mas duas regiões sofrem com a falta de chuva no RS
Representantes do setor produtivo, financeiro, industrial, das cooperativas, da área de pesquisa e dos governos estadual e federal estiveram presentes em reunião virtual esta tarde (17/08) da Câmara Setorial do Trigo, organizada pela Secretaria da Agricultura, Pecuária e Desenvolvimento Rural (SEAPDR). Os dados preliminares de produção, colheita e área do trigo foram apresentados pelas diferentes entidades.
A Federação da Agricultura do Estado do Rio Grande do Sul (FARSUL) acredita que a área plantada com trigo deve chegar a 1.150 mil hectares com uma colheita de 3 milhões e meio de toneladas. Segundo Hamilton Jardim, que também é presidente da Câmara Nacional das Culturas de Inverno do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA), “ainda é cedo para os números definitivos. Mas o cenário positivo e a expectativa dos produtores é grande, levando a estes números”.
Já a EMATER tem a estimativa de uma área plantada de 1.100 mil hectares, com uma produtividade que pode ficar acima de 3.000 kg/ha. “As intempéries, principalmente a geada, causaram estragos pontuais em algumas lavouras. E nós temos relatos de baixo desenvolvimento na região das Missões por causa da estiagem. Mas como existem diferenças entre as regiões, até o momento a nossa expectativa é de que a safra seja favorável”, avalia Elder Dal Prá, da gerência técnica da EMATER/RS.
O representante da Companhia Nacional de Abastecimento (CONAB), Carlos Bestetti, acredita que a área deve ficar em torno de 1.145 mil ha, com uma produtividade de 3.302 kg/ha e uma produção total de 3.781 mil toneladas. Mas, segundo ele, existe uma preocupação com o fator climático nas regiões Noroeste e Missões. “A planta está sentindo muito a falta de umidade nestas regiões, já tem trigo morrendo e as previsões climáticas não são animadoras, não tem chuva prevista. E o trigo precisa de umidade no período de florescimento”, diz Bestetti.
O assessor de agronegócio do Banco do Brasil, Edgar Erhart, relata que os meses de junho e julho foram bons para a cultura do trigo. Mas que agosto chegou com chuvas dispersas e que no Noroeste gaúcho já existem bolsões de seca, com níveis de umidade muito baixos. “As plantas não estão conseguindo desenvolver o seu potencial. Estamos em situação de alerta”, afirma Edgar.
Outros assuntos
A Câmara Setorial aprovou o encaminhamento de campanhas educativas, por parte das entidades de produtores, cooperativas e assistência técnica, visando a utilização de produtos registrados para a cultura do trigo, exaltando as boas práticas agronômicas para garantir a qualidade do trigo gaúcho.
Participaram da reunião: SINDITRIGO, FECOAGRO, FARSUL, EMBRAPA Trigo, EMATER, CONAB, MAPA, Banco do Brasil, Bolsa Brasileira de Mercadorias, OR Sementes e SEAPDR.
0 comentário
Rússia confirma corte de 63% na cota de exportação de trigo na temporada 2024/25
Governador de SP solicita prorrogação de benefícios fiscais ao setor moageiro até 2026
USDA traz vendas semanais de trigo para exportação dentro do esperado pelo mercado
Previsão de exportação de trigo da França em 2024/25 indica menor volume em décadas
Japão importará 4.000 toneladas de trigo para ração por meio de licitação
Previsão de safra de trigo da Rússia de 2025 sofre corte de 3 mi t, diz Sovecon