Investimentos e aumento do consumo de trigo refletem em números positivos para o setor
A alta no consumo de pães e massas aumentou em 15% a demanda por trigo no Brasil durante a pandemia. É o que mostra a pesquisa da Associação Brasileira das Indústrias de Biscoitos, Massas Alimentícias e Pães & Bolos Industrializados (Abimapi). A produção também apresentou números positivos. Em novembro, quando a safra já estava se aproximando do final, a colheita de trigo no Paraná, maior produtor do Brasil, chegava a 3,5 milhões de toneladas em uma área de 1,12 milhão de hectares, segundo o relatório do Departamento de Economia Rural (Deral), da Secretaria da Agricultura e Abastecimento.
A comercialização do produto alcançou 72% da produção, maior número dos últimos 15 anos para o mês de novembro, aponta o levantamento do Deral. Os dados mais recentes do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA), mostram que a estimativa de área colhida de trigo no mundo para a safra atual é de 221,9 milhões de hectares. Esse número representa um acréscimo de 2,31% em comparação com a safra anterior (2019/2020).
Faturamento das cooperativas
Com o aumento de consumo e produção, a Herança Holandesa - linha de farinhas de trigo da Unium, marca institucional das indústrias das cooperativas Frísia, Castrolanda e Capal - fechou o ano de 2020 com um faturamento de R$ 211 milhões. Um crescimento de 31% em comparação com 2019. Mesmo com os desafios da crise econômica da Covid-19, a marca investiu R$ 756 mil nos produtos. O coordenador de negócios do moinho de trigo da Unium, Cleonir Ongaratto, afirma que a produção não foi interrompida para garantir que todos os clientes fossem atendidos e que os supermercados estivessem abastecidos. “2020 foi um ano muito bom para os negócios da Unium. As indústrias precisaram se adaptar para manter as operações, mas a força do cooperativismo e também a demanda do mercado mantiveram a produção aquecida e nos deixam com uma previsão ainda melhor para 2021”, destaca. O volume de produção também apresentou números positivos, com 12% de acréscimo em 2020, comparado com o ano anterior, fechando em 145.077 toneladas.
Ongaratto conta que foram inúmeros desafios enfrentados ao longo de 2020 e que rapidamente a indústria se adaptou. “Os preços de trigo em grãos atingiram números recordes, mais de R$ 1.550 por tonelada, mesmo durante o período de colheita. Esses valores favoreceram os cooperados que já estavam com suas plantações e produção planejadas”. O aumento no consumo dos alimentos processados com trigo foi um estímulo para investir mais no produto. “Estamos buscando investir cada vez mais para oferecer o melhor produto possível e também para aumentar a renda e os ganhos dos nossos cooperados”, ressalta.
Com o período de isolamento social, a marca, que gera 100 empregos diretos e indiretos, buscou realizar ações para o combate da Covid-19, como o trabalho em modelo híbrido dos profissionais. “Os desafios foram muitos, mas mais uma vez a força de vontade e a cooperação entre os elos da cadeia fizeram com que os resultados dos negócios fossem atingidos e superados”, finaliza Ongaratto.
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