Brasil compra mais trigo HRW dos EUA; importação no ano passa de 400 mil t, diz USDA
Importadores do Brasil adquiriram na última semana 63,5 mil toneladas de trigo duro vermelho de inverno dos Estados Unidos, elevando o total de compras do cereal norte-americano neste ano a 419,8 mil toneladas, segundo dados do Departamento de Agricultura dos EUA (USDA, na sigla em inglês).
O negócio confirmado em relatório divulgado pela agência do governo nesta quinta-feira é a segunda maior aquisição de trigo dos EUA pelo Brasil em 2020, abaixo apenas de uma compra de 69 mil toneladas da variedade --conhecida pela sigla em inglês HRW-- no final de abril.
Na semana anterior, o Brasil também havia adquirido 62,1 mil toneladas do produto junto aos EUA, à medida que os norte-americanos estão se beneficiando de cotas sem tarifa neste ano.
Além disso, foram compradas no início do ano 33,6 mil toneladas de trigo soft vermelho de inverno (SRW, na sigla em inglês), o que contribui para que as movimentações totais de trigo norte-americano em 2020 atinjam 453,4 mil toneladas.
A Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) estima que o Brasil importará um recorde de 7,3 milhões de toneladas de trigo neste ano de todas as origens, diante do consumo firme de derivados do cereal (como pães e massas) em meio à pandemia de coronavírus.
O Brasil já importou cerca de 3,5 milhões de toneladas de trigo no primeiro semestre, alta de pouco mais de 150 mil toneladas ante volume do mesmo período de 2019, tendo a Argentina como principal fornecedora, com 3,12 milhões de toneladas, ante 2,96 milhões de toneladas na primeira metade do ano passado.
Os Estados Unidos aparecem em segundo, com 172 mil toneladas (versus 72 mil toneladas no primeiro semestre de 2019), segundo dados de importações do governo brasileiro, indicando que parte do total negociado já foi desembarcado.
Outros fornecedores no semestre incluíram Paraguai e Uruguai, com pouco 97 mil e 80 mil toneladas, respectivamente.
A Rússia também deve aparecer como exportadora ao país neste ano, tirando proveito de o Brasil ter estabelecido em junho uma cota adicional de 450 mil toneladas para importar trigo de fora do Mercosul sem Tarifa Externa Comum (TEC) até novembro, o que elevou o volume anual isento de taxa para 1,2 milhão de toneladas.
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