Greve na França e possível restrição à exportação russa puxam cotações do trigo
As cotações internacionais do trigo subiram na terça-feira, 21, em meio à preocupações do mercado com uma oferta apertada em virtude da greve dos ferroviários na França e de possíveis restrições nas exportações russas, avalia o banco Commerzbank. Em recente relatório, o banco já tinha afirmado que traders estavam atentos às notícias de que a Rússia, maior exportadora mundial de trigo, estaria se preparando para restringir as exportações de grãos.
Outro risco, no momento, é a dificuldade de oferta de trigo da França, maior exportadora do cereal da União Europeia, que enfrenta greve dos trabalhadores ferroviários, que protestam contra a reforma previdenciária do presidente Macron. Além de o transporte do cereal para exportação estar paralisado, a partir desta quarta-feira, trabalhadores dos terminais de grãos também devem entrar em greve por 72 horas.
Caso os protestos continuem por mais algum tempo, a indústria francesa de grãos alerta para sérias consequências, alegando que 450 mil toneladas de grãos estão atualmente presas nos terminais. Ao mesmo tempo, o transporte rodoviário poderia gerar custos adicionais de 4 a 6 euros por tonelada. Alguns compradores, portanto, já estão buscando fornecedores alternativos no norte da Europa, nos países bálticos e na região do Mar Negro, o que provavelmente impulsionará os preços nessas regiões, analisa o banco.
Na Bolsa de Chicago, a cotação do trigo fechou a sessão de terça em seu nível mais alto desde agosto de 2018. Na Euronext, em Paris, os preços ficaram pouco abaixo da marca de € 200 por tonelada, que não é atingida desde fevereiro de 2019.
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