Nordeste prevê retomar a moagem de cana aos níveis de antes da crise
Se os canaviais reagirem ao clima favorável, como vem ocorrendo, segundo Renato Cunha, presidente do Sindicato, a oferta poderá subir para 66 milhões de toneladas de cana e só será menor do que o realizado no ciclo 2007/08, quando as regiões moeram 66,5 milhões de toneladas.
"Tivemos chuvas bem distribuídas nos canaviais do Rio Grande do Norte, da Paraíba e do norte de Pernambuco, regiões que normalmente padecem de fortes estiagens", afirma Cunha.
A previsão, diz, é de que o Norte e Nordeste produzam 4,7 milhões de toneladas de açúcar, 1 milhão de toneladas a mais do que na safra passada. A produção de etanol deve crescer para 2,1 bilhões de litros, ante os 1,9 bilhão registrado no ciclo passado.
Oficialmente, a moagem começa em setembro, com a entrada em peso das usinas dos dois maiores Estados produtores da região, Alagoas e Pernambuco. Na prática, no entanto, desde junho já há motores ligados sobretudo na Bahia, na Paraíba e no norte de Pernambuco.
A região tem agora em suas estatísticas a produção de Tocantins. É no Estado do Norte que está localizada a usina de etanol da multinacional Bunge, no município de Pedro Afonso. A unidade foi inaugurada no fim de julho com capacidade industrial para moer 2,5 milhões de toneladas e cana, mas começará processando nesta safra 1,5 milhão.
Com uma produção um pouco maior de etanol e consumo estável, o Nordeste deve precisar trazer do Centro-Sul e do exterior uma quantidade menor do biocombustível, segundo Cunha. O consumo interno da região, diz ele, deve ser parecido com o realizado no ciclo passado e chegar a 2,5 bilhões de litros. Com uma exportação de 100 milhões de litros já contratada, o Nordeste deve precisar de um adicional de 400 milhões a 500 milhões de litros, segundo Cunha.
As exportações de açúcar também devem crescer, na previsão do Sindaçúcar. Os embarques vão atingir, segundo a entidade, 2,8 milhões de toneladas nesta temporada, ante as 2,6 milhões de toneladas do ciclo anterior.
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