Safra de cana mineira tem previsão de 58 milhões de toneladas

A Associação das Indústrias Sucroenergéticas de Minas Gerais – SIAMIG divulgou nesta quinta(7) a estimativa da safra de cana-de-açúcar de 2011-12 de 58 milhões de toneladas, 6,36% acima das 54,5 milhões de toneladas da safra 2010-11.

A produção de açúcar está estimada em 3,5 milhões de t, 7,5% mais alta que as 3,2 milhões de t da safra anterior e a produção de etanol em 2,6 bilhões de litros, 2,26% das 2,5 bilhões de litros de 2010-11.

Apesar das dificuldades enfrentadas pelo setor nos últimos anos, principalmente a crise de 2008 e o impacto do clima (chuva em excesso em 2009 e seca em 2010), Minas Gerais teve um decréscimo na linha de crescimento nos últimos dois anos, mas permanece aumentando a produção, em 7% nos últimos dois anos, frente aos 18% de 2003 a 2009.

O presidente da SIAMIG ressaltou que o aumento no consumo de etanol , puxado pelas vendas de automóveis, somado às dificuldades climáticas, foram os aspectos que mais impactaram os preços do produto nesta entressafra.

As vendas de veículos estão batendo recorde: em 2003 elas somavam por mês 100 mil e em 2010 260 mil veículos. Hoje, 86% dos novos veículos são flex e 50% da frota nacional já é flex com 12 milhões de veículos.

“O Brasil se tornou o 4º maior mercado de venda de veículos do mundo e um dos poucos onde o consumidor pode contar com dois combustíveis, um deles renovável”, afirmou.

Luiz Custódio ressaltou que os empresários mineiros estão diversificando a produção, com aumento da produção de açúcar, mas 55% da moagem este ano permanece indo para a produção de etanol.

Ele ressaltou que o preço dos etanol já está caindo na produção em torno de 12% desde o dia 25 de março, com a entrada em funcionamento das usinas e em cerca de duas semanas essa redução já poderá ser sentida nas bombas.

O presidente anunciou que irá discutir com todos os presidentes de sindicatos medidas para evitar os problemas de mercado de etanol ocorridos nesta entressafra do produto, como, por exemplo, uma forma de se formar estoques mais compatíveis para enfrentar o período.

Mas, para uma melhor regulação do mercado de etanol, ressaltou que há necessidade de busca de soluções para competitividade frente à gasolina com harmonização de impostos; melhoria da infraestrutura, redução de custos agrícolas e industriais, maior eficiência dos motores flex e a definição do papel do etanol na matriz veicular no Brasil.

Luiz Custódio ressaltou também que ainda é cedo para falar sobre as notícias que têm sido veiculadas da possibilidade de controle da Agência Nacional de Petróleo (ANP) sobre o setor.

Segundo ele, o setor convive no mercado livre e tem alternância de assuntos com vários ministérios. “Ainda não fomos chamados para discutir o assunto com o governo e temos um bom relacionamento com os vários órgãos”, afirmou (SIAMIG, 7/4/11)