Trigo: Alta do pão não está descartada

Publicado em 17/08/2010 08:34 e atualizado em 03/03/2020 15:43
Se aumento no trigo continuar, Sindpan diz que valor deve ser repassado para pães, massas e biscoitos.
A consequência da quebra de safra do trigo pode ser o reajuste no preço do pão, massas, biscoitos e de outros produtos fabricados à base da farinha de trigo.

O percentual de aumento, segundo o Sindicato das Indústrias de Panificação e Confeitaria do Estado do Ceará (Sindpan), dependerá do que for anunciado na coletiva do Sindicato da Indústria do Trigo (Sindtrigo) no Ceará que está marcada para essa quarta-feira (18). As informações são do presidente do Sindpan, Lauro Martins de Oliveira Filho. "Se esse aumento do trigo durar, lógico que vamos ter que repassar (para os produtos)", disse.

De acordo com o Sindtrigo, o trigo no Brasil já teve dois reajustes nos últimos trinta dias. Os aumentos de 20% e, depois, o de 10% significam que a commodity está chegando com preço 37,5% maior.

"A crise internacional do trigo é grave e não sabemos o limite disso. A especulação acelera o processo inflacionário", avaliou o presidente do Sindtrigo e diretor corporativo do Grupo M. Dias Branco, Luiz Eugênio Pontes. Segundo Pontes, o Sindtrigo convocou a entrevista para explicar a crise do setor. Até ontem, não estava previsto o anúncio de um novo reajuste, que também não está descartado. A maior parte do trigo importado no Ceará vem do Canadá e dos Estados Unidos.

Rússia

Apesar de a cotação internacional do trigo ter subido, motivada pela quebra da safra na Rússia devido ao forte calor, os efeitos deste choque de oferta sobre a inflação brasileira em 2010 serão modestos. De acordo com economistas, como o peso do cereal no IPCA é de 2%, o impacto da alta no índice de inflação deve ficar próximo a 0,1 ponto percentual neste ano. A LCA estima que o indicador suba 5% neste ano mas, se não fosse a alta da commodity, a taxa teria alta de 4,9%. O Bradesco projeta alta de 5,3% para o IPCA neste ano, que poderia ser de 5,2% sem a elevação do trigo.

Na avaliação do departamento de Pesquisas e Estudos Econômicos do Bradesco, o impacto no Brasil do avanço da cotação do trigo precisa ser relativizado. Segundo a instituição, 90% da commodity importada vem da Argentina e do Uruguai e a produção deles apresentou bom desempenho neste ano, o que deve minimizar o impacto da alta registrada na Rússia.

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Fonte:
Diário do Nordeste

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