Analistas esperam por alta do açúcar em 2025 e projetam cotações de até 25 cents/lbp em NY
O Citi Group apontou em relatório uma tendência de alta no médio e no longo prazo para os preços do açúcar, a partir de 2025. A expectativa dos analistas é de que os cotações na Bolsa de Nova York cheguem aos 24 cents/lbp em três meses e, no período de 12 meses, alcance os 25 cents/lbp.
De acordo com o que informa o relatório, o clima no Centro-Sul do Brasil tem sido adverso, devido ao período prolongado de seca, que agora mudou para uma precipitação excessiva, prejudicando a safra.
“Após a grande seca nas regiões produtoras de cana-de-açúcar no CS do Brasil, o clima mudou, exibindo chuvas acima do normal na segunda metade de outubro de 2024, e a previsão é de que seja mais úmido do que o normal em novembro. Embora isso tenha desacelerado a colheita de cana-de-açúcar em outubro, e deva afetar negativamente a colheita em novembro, o recente relatório de safra da UNICA mostrou o volume acumulado estável a/a para o 2S de outubro de 2024”, acrescenta o relatório.
Por conta disso, os analistas revisaram ligeiramente a colheita de cana-de-açúcar no Brasil e estimaram para 40 milhões de toneladas no ano-safra 2024/25. Para 2025/26 o balanço se baseia em uma condição climática normal e, assim, a expectativa é de uma produção brasileira maior em 900 mil toneladas. “Embora as exportações mensais do Brasil possam ser robustas e relativamente altas agora, esperamos que caiam a partir do ano que vem”, frisa o Citi Group.
Além disso, há também a expectativa de que a proibição de exportação pela Índia persista pelo menos nos próximos meses até 2025, até que o governo possa ter uma visão melhor sobre o rendimento da próxima safra. Dessa forma, a projeção é de saldos gerais bastante apertados e sensíveis a “qualquer soluço nos planos de produção”, o que pode levar a uma desestabilização e elevar mais os preços no mercado internacional.
De maneira semelhante, nesta quarta-feira, Andrew Hecht, trader e analista de commodities, publicou no Barchart um artigo em que fala sobre a possibilidade do açúcar subir de forma semelhante que o café e o cacau subiram neste ano. De acordo com ele, apesar de quedas nas últimas semanas, o caminho de menor resistência desde a mínima causada pela pandemia de 2020 tem sido de alta.
“O gráfico trimestral contínuo de futuros mundiais de açúcar mostra o rali da mínima de 9,21 centavos por libra em março de 2020. A resistência técnica está na máxima de 28,14 em 2023 e no pico de 36,08 por libra em 2011. Se o açúcar estiver em um caminho de seguir o cacau e o café ‘softs commodities’, pode ter um potencial de alta substancial”, afirma no artigo.
“Condições climáticas adversas que elevaram os preços do café no Brasil podem afetar o mercado de açúcar. O açúcar é um ingrediente crucial em muitos alimentos para a produção brasileira de etanol”, conclui o trader e analista.
Aumento do petróleo impulsiona cotações do açúcar nesta quarta-feira (11)
Nesta quinta-feira, os futuros do açúcar fecharam em alta no mercado internacional. Segundo o que afirma o Barchart, os preços tiveram suporte no aumento acima de 1% nas cotações do petróleo bruto, diante da possibilidade de sanções mais rígidas dos Estados Unidos ao petróleo russo.
“A cobertura vendida surgiu em futuros de açúcar depois que o petróleo bruto WTI (CLF25) subiu mais de +1% para uma alta de 1 semana. A força no preço do petróleo bruto dá suporte aos preços do etanol e pode levar as usinas de açúcar do mundo a desviar mais moagem de cana para a produção de etanol em vez de açúcar, restringindo assim os suprimentos de açúcar”, explica o Barchart.
Na Bolsa de Nova York, o contrato março/25 subiu 0,24 cents, sendo negociado a 21,28 cents/lbp. O maio/25 avançou 0,16 cents, fechando a 19,78 cents/lbp. O julho/25 teve um acréscimo de 0,11 cents, cotado a 19,08 cents/lbp, enquanto o outubro/25 ganhou 0,07 cents, terminando a 18,91 cents/lbp.
Em Londres, os contratos também encerraram o dia no positivo. O março/25 aumentou US$ 2,10, negociado a US$ 540,80 por tonelada. O maio/25 registrou alta de US$ 3,70, encerrando a US$ 540,80. O agosto/25 avançou US$ 2,70, sendo cotado a US$ 528,70, enquanto o outubro/25 teve um acréscimo de US$ 2,80, fechando a US$ 519,60.
Mercado interno
O indicador Cepea Esalq, em São Paulo, mostra o açúcar cristal branco com nova baixa, de 1,28%, e preço de R$ 161,02/saca. O açúcar cristal em Santos (FOB) perdeu 1,40% e tem valor de R$ 160,36/saca. O cristal empacotado vale R$ 17,0624/5kg. O refinado amorfo segue cotado em R$ 3,8209/kg. O VHP permanece com preço de R$ 111,46/saca.
Em Alagoas, também com base no que mostra o indicador Cepea Esalq, o preço do açúcar está em R$ 159,40/saca. Na Paraíba, a cotação é de R$ 151,51/saca. Em Pernambuco, o adoçante vale R$ 149,33/saca.
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