Presidente da Asplan fala sobre uso de defensivos na agricultura brasileira e diz que ainda há muita desinformação a esse respeito

Publicado em 03/10/2024 15:40

“O Brasil virou celeiro do mundo, já lidera a exportação mundial de sete alimentos e com três safras/ano também é o maior mercado consumidor de defensivos agrícolas, mas, essa posição se dá por conta do volume, já que o Brasil tem duas ou três safras/ano, enquanto que nos outros países, a exemplo dos Estados Unidos, União Europeia, Rússia, China, Índia entre outros, só têm uma safra/ano. Então, o Brasil só é o maior mercado de defensivos quando se medir por esse critério do volume que se usa por safra, nunca e em nenhuma hipótese, por uso indiscriminado. Aliás, não há uso desnecessário de defensivos numa agricultura técnica e de precisão”, esclarece o presidente da Associação dos Plantadores de Cana da Paraíba (Asplan), José Inácio de Morais. Para ele, “ainda há muita desinformação ou informação de má fé quando se trata deste assunto e é preciso combater isso”.

Segundo José Inácio, que é Engenheiro Agrônomo, produtor e já está na quarta geração de produtores canavieiros da família, a questão do uso de defensivos no Brasil virou um problema mais ideológico de que de defesa do meio ambiente e da saúde das pessoas. “É preciso lembrar que a agricultura de larga escala, aquela que alimenta de fato as pessoas, que coloca os produtos na mesa do consumidor, não tem substituto para os defensivos numa produção de larga escala. Então, não se deve falar mal sem ter conhecimento”, afirma ele. José Inácio lembra, no entanto, que existem estudos e pesquisas em andamento por empresas do setor para ampliação de produção de insumos biológicos que hoje só cobrem apenas 5% do mercado.

O dirigente canavieiro reitera que o discurso de que os agroquímicos deveriam ser substituídos por insumos biológicos ainda não se sustenta na atualidade. “A agricultura tropical precisa de defesa vegetal química e o Brasil não usa produtos que não são aprovados em outros países por transgressão, mas, porque a Europa, por exemplo, já aprovou produtos novos que são mais eficazes e o Brasil não consegue aprovar por que o IBAMA e a ANVISA resistem à aprovação de novas moléculas e fórmulas então o produtor brasileiro não tem outra saída a não ser usar os produtos antigos que estão no mercado”, reitera José Inácio. Ele frisa que muitos produtos aprovados na Europa não são aprovados aqui, ou vice-versa, porque o produto para o qual ele é usado não é necessário, a exemplo da Soja que usa fungicida para ferrugem. “Para que a Europa usar algo que combate a ferrugem na soja se ela não tem essa cultura?”, questiona ele.

“Não adianta sair falando mal da agricultura brasileira sem conhecimento, porque além de uma injustiça com a classe produtiva, isso demonstra uma completa ignorância sobre a realidade do setor produtivo. A indústria de defensivos no Brasil é uma indústria séria, que tem muita tecnologia envolvida, emprega muita gente, tem muito investimento, fábricas, etc e os produtores não são irresponsáveis. Se há problemas em relação aos defensivos no Brasil, isso se deve a questão regulatória que não aprova novos produtos e não no setor produtivo que precisa usar defensivos agrícolas para garantir a comida na mesa dos brasileiros e de muita gente no mundo. A segurança alimentar da população depende de uma agricultura responsável e profissional e isso passa, necessariamente, pelo uso de defensivos porque a praga chega primeiro a cultura e precisa ser combatida adequada e eficientemente”, reforça José Inácio lembrando que o Brasil é referência no recolhimento de embalagens vazias de agrotóxicos com a logística reversa.

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Fonte:
Asplan

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