Açúcar encerra 4ª com leve alta em NY e Londres com oferta global em foco

Os futuros do açúcar finalizaram esta quarta-feira (28) com alta leve nas bolsas de Nova York e Londres. O suporte veio das preocupações com a oferta global, principalmente com atualização da  Organização Internacional do Açúcar (ISO, na sigla em inglês).

O vencimento mais negociado do açúcar bruto na Bolsa de Nova York teve valorização no dia de 0,04%, cotado a 22,69 cents/lb, com máxima em 22,88 cents/lb e mínima de 22,55 cents/lb. Em Londres, o primeiro contrato subiu 0,52%, a US$ 635,00 a tonelada.

O mercado do açúcar estendeu os ganhos da véspera nesta quarta, completando a terceira alta consecutiva, com foco nas preocupações com a oferta global do adoçante no ciclo 2023/24. A Organização Internacional do Açúcar, por exemplo, revisou suas estimativas.

A ISO, na sigla em inglês, passou a prever um déficit global de açúcar de 689 mil toneladas, ante estimativa anterior de 335 mil toneladas.

Uma pesquisa da agência de notícias Reuters com analistas e traders neste mês deu uma previsão mediana de um superávit de 500 mil toneladas na temporada 2023/24 e de um déficit de 700 mil toneladas na próxima temporada 2024/25.

As preocupações com a oferta ficaram ainda maiores com os relatos de baixas chuvas no Centro-Sul do Brasil, que impactam no desenvolvimento da nova safra no país.

A Tereos, por exemplo, estimou nesta semana que a nova safra do Centro-Sul do país possa cair abaixo de 600 milhões de toneladas, contra 660 milhões no ciclo 2023/24, que ainda está em andamento, devido chuvas insuficientes.

No financeiro, por outro lado, o dia foi de queda do petróleo no cenário internacional, já que impacta na decisão sobre o mix das usinas. Além disso, o dólar tinha alta sobre o real, o que tende a encorajar as exportações e pesar aos preços.

MERCADO INTERNO

A liquidez no mercado brasileiro está lenta. "A demanda retraída, com compradores adquirindo apenas pequenas quantidades para necessidades mais imediatas, explica o movimento de baixa nas cotações. Diante da menor procura, agentes das usinas ofertaram o cristal branco a preços inferiores, mesmo com o volume restrito disponível neste período de entressafra", reportou o Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea, da Esalq/USP).

No último dia de negociação, o Indicador CEPEA/ESALQ do açúcar, cor Icumsa de 130 a 180, mercado paulista, ficou a R$ 144,88 a saca de 50 kg com valorização de 0,06%. Nas regiões Norte e Nordeste, o açúcar ficou cotado a R$ 157,50 - estável, segundo dados coletados pela consultoria Datagro. Já o açúcar VHP, em Santos (SP), tinha no último dia de apuração o preço FOB a US$ 25,01 c/lb com alta de 2,96%.

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