Cana: Safras revisa para baixo moagem no Brasil para 650 mi t na temporada 2024/25
SAFRAS & Mercado divulgou o segundo ajuste na estimativa para o volume a ser processado de cana-de-açúcar na temporada 2024/25. Foi a segunda revisão negativa para o volume de moagem na temporada futura que começa em abril deste ano. A primeira estimativa realizada em dezembro de 2023 apontava um volume total de 670 milhões de toneladas de cana no Centro-Sul. O primeiro ajuste nesta estimativa foi realizado em janeiro de 2024, cortando em 10 milhões de toneladas o volume inicial [-1,49%], saindo de 670 para 660 milhões de toneladas de cana. Agora em fevereiro, SAFRAS realiza outro corte na faixa de 10 milhões de toneladas, derrubando o montante de 660 para 650 milhões de toneladas de cana a serem processadas nos canaviais do Centro-Sul.
Segundo o consultor de SAFRAS & Mercado, Maurício Muruci, este ajuste ocorre em função das chuvas fracas nos canaviais da região, que se mostram entre 13% a 17% abaixo da média desde dezembro de 2023, perdurando sobre janeiro de 2024 e agora, segundo os mapas de clima mais atualizados, sobre fevereiro de 2024. Desde a estimativa inicial, os dois cortes já acumulam 20 milhões de toneladas de cana, com baixa de 2,99%.
Para Muruci, mesmo assim, os volumes finais da temporada 2024/25 deverão se mostrar bem alinhados ao que veremos ao fim da temporada 2023/24, que também deverá ter um volume final de cana processada no Centro-Sul em 650 milhões de toneladas. "Apesar do corte forte no volume de cana, a produção de açúcar deverá ter ganhos moderados frente à safra anterior, de 0,47%", comenta. Os preços elevados no mercado internacional e o elevado volume de fixação prévia da safra futura manterão as usinas focadas na produção da commodity para cumprir os contratos de exportação, avalia o consultor.
"O ajuste negativo virá por conta da produção de etanol hidratado e anidro, com quedas respectivas de 1,18% e 2,54%. A produção de etanol terá sua oferta reduzida diante dos estoques elevados de entressafra que não conseguirão ser escoados antes do início da próxima temporada, levando as usinas a derrubarem os preços de negociação no mercado físico para o hidratado conseguir ganhos no seu market share", avalia.
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