Etanol: Usinas já não têm mais espaço nos tanques para armazenar produto e negócios esquentam no principal mercado do país
Algumas usinas no Brasil já não possuem mais espaço nos tanques para guardar etanol. Com isso, agentes forneceram nos últimos dias de setembro maiores volumes do produto do tipo hidratado, a preços mais baixos, de acordo com o Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea, da Esalq/USP).
Já a demanda esteve aquecida com o feriado nacional de 7 de setembro (Dia da Independência do Brasil) e distribuidores aproveitaram para repor os estoques após a data.
Em relação às vendas do biocombustível, dados levantados pelo Cepea apontaram que, na semana de 11 a 15 de setembro, as vendas de etanol hidratado, aquele comprado diretamente nas bombas como substitutivo da gasolina, aumentaram 85,8% em relação à semana anterior (4 a 8 de setembro). Do etanol anidro, as vendas saltaram ainda mais: 88%.
"Por outro lado, as chuvas do último fim de semana prejudicaram a colheita da cana-de-açúcar e paralisaram a produção de etanol em algumas usinas. Assim, alguns agentes deixaram o mercado", destacou o Cepea em nota.
De fato, o etanol vem recuperando a sua competitividade frente a gasolina nos últimos meses. Em agosto, dados da União da Indústria de Cana-de-Açúcar e Bioenergia (Unica) mostraram vendas de etanol hidratado em 1,8 bilhão de litros – dos quais 1,61 bilhão foram comercializados no mercado interno, devido ao aumento da competitividade frente à gasolina C.
"Quanto ao processamento de cana-de-açúcar na temporada 2023/24 (23/abr – 23/ago), até o momento foram processadas 406,64 milhões de toneladas, contra 366,69 milhões de toneladas no mesmo período do ano passado, um aumento de 10,9%, segundo a Unica", disse o Cepea.
Entre os dias 11 e 15 de setembro, o Índice Cepea/Esalq para o etanol hidratado (vendido no mercado spot do Estado de São Paulo) fechou a R$ 2,1706/litro (líquido de ICMS e PIS/Cofins), 1,4% abaixo da última semana de agosto (28-1). Para o etanol anidro, o Índice Cepea/Esalq fechou a R$ 2,5252/litro, líquido de impostos (PIS/Cofins), estável (+0,06%), na mesma comparação.
VALORIZAÇÃO INTERNACIONAL IMPULSIONA AÇÚCAR NO SPOT PAULISTA
Diferente do etanol, os preços do açúcar saltaram forte no início de setembro no Brasil acompanhando o cenário internacional. "No dia 15 de setembro, o índice Cepea/Esalq (cor Icumsa 130-180) fechou a R$ 151,85 (US$ 31,18) a saca de 50 kg, 7% superior ao de 31 de agosto. O atual nível de preços não era observado desde meados de janeiro de 2022, em termos nominais", reporta o Cepea.
As máximas de cerca de 10 anos no exterior influenciaram o mercado. "Muitos agentes das usinas têm priorizado as exportações de açúcar branco, diminuindo a oferta no mercado brasileiro e, assim, elevando os preços no spot. Além disso, na primeira quinzena do mês, os compradores brasileiros mostraram-se mais interessados em adquirir açúcar no spot", destaca o centro de pesquisa.
Entre 11 a 15 de setembro, cálculos do Cepea mostram que a média semanal do Índice Cepea/Esalq para o açúcar branco cristal (Icumsa 130-180) fechou em R$ 148,26 (US$ 30,22) por saca de 50 quilos, enquanto a média do contrato outubro/23 na ICE Futures fechou a R$ 169,46 por saca. Assim, as exportações remuneraram 14,3% mais que as vendas no mercado spot de SP. O valor considera as médias semanais de US$ 70,12 por tonelada de fretes e encargos, US$ 123,28 por tonelada de prêmio de qualidade e dólar a R$ 4,9062.
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