Estudo do CNPEM revela potencial de ganhos ambientais e de receita com créditos de carbono na produção de biorrenováveis no Brasil
Um estudo coordenado por pesquisadores do Centro Nacional de Pesquisa em Energia e Materiais (CNPEM) valida uma plataforma de ferramentas que combina imagens de satélite, bases de dados com modelagens de ciclo de vida na produção de etanol e emissão de gases de efeito estufa (GEE) para incluir informações confiáveis e georreferenciadas nos cálculos de créditos de carbono.
O trabalho publicado no periódico Resources, Conservation and Recycling constata que, ao analisar informações de forma espacializada, as variações na pegada de carbono da produção de etanol no Brasil são bastante significativas.
Os valores representam um potencial de mitigação das emissões de GEE que equivalem ao resultado emitido anualmente por alguns países da América do Sul e da Europa, como Dinamarca e Noruega.
Além de contribuir significativamente com o cumprimento das metas de redução de emissões, as condições avaliadas no estudo projetam aumento das receitas do setor, com ganhos anuais estimados em até 880 milhões de dólares com créditos de descarbonização (CBIOs) negociados no mercado.
No estudo, a plataforma revelou variações significativas ao aplicar uma abordagem georreferenciada na análise da produção nacional de etanol, demonstrando os desvios em emissões de GEE de uma área a outra.
A mesma estrutura de plataforma é um importante instrumento para validar ações estratégicas. O conjunto de ferramentas pode ser usado para avaliar a expansão da produção de biomassa visando atender as demandas futuras de etanol e outros biorrenováveis. A plataforma permite ainda incorporar projeções de mudanças climáticas como dados de entrada para a modelagem de rendimento, ao mesmo tempo em que podem melhorar os indicadores de impacto ambiental, como mitigação de emissões de GEE, ao indicar locais mais adequados para a produção de etanol e de outros biorrenováveis.
A tabela abaixo considera as demandas atuais e projetadas de etanol no Brasil, a receita potencial dos CBIOs e a contribuição relativa para o setor em diferentes cenários.
"O que a gente provou foi esse conceito, de que realmente é possível trabalhar de forma estratégica para otimizar a mitigação de emissão de gases de efeito estufa e outros aspectos ambientais no atendimento de demandas futuras no país. Por consequência é possível aumentar a receita desse setor nesse mercado de energia renovável", resume a pesquisadora Thayse Hernandes (LNBR/CNPEM)
Apoios
O estudo se valeu de conhecimentos acumulados no âmbito do projeto SUCRE (Sugarcane Renewable Electricity) e contou com apoios do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações, Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo e empresas privadas como Embraer, Suzano e Klabin apoiadoras do projeto BioValue.
Sobre o CNPEM
Ambiente sofisticado e efervescente de pesquisa e desenvolvimento, único no Brasil e presente em poucos centros científicos do mundo, o Centro Nacional de Pesquisa em Energia e Materiais (CNPEM) é uma organização privada sem fins lucrativos, sob a supervisão do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações (MCTI). O Centro opera quatro Laboratórios Nacionais e é o berço do projeto mais complexo da ciência brasileira – Sirius – uma das fontes de luz síncrotron mais avançadas do mundo. O CNPEM reúne equipes multitemáticas altamente especializadas, infraestruturas laboratoriais globalmente competitivas e abertas à comunidade científica, linhas estratégicas de investigação, projetos inovadores em parceria com o setor produtivo e formação de investigadores e estudantes. O Centro é um ambiente impulsionado pela pesquisa de soluções com impacto nas áreas de Saúde, Energia e Materiais Renováveis, Agroambiental, Tecnologias Quânticas. Por meio da plataforma CNPEM 360 é possível explorar, de forma virtual e imersiva, ambientes de todos os laboratórios instalados em Campinas (SP) e também obter informações sobre trabalhos realizados e recursos disponibilizados para a comunidade científica e empresas. A partir de 2022, com o apoio do Ministério da Educação (MEC), o CNPEM expandiu suas atividades com a abertura da Ilum Escola de Ciência. O curso superior interdisciplinar em Ciência, Tecnologia e Inovação adota propostas inovadoras com o objetivo de oferecer formação de excelência, gratuita, em período integral e com imersão no ambiente de pesquisa do CNPEM.
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