Números da cana indicam tendência de recuperação; confira análises da hEDGEpoint Global Markets
Os números de cana da segunda quinzena de outubro mantiveram uma tendência de recuperação, indica a hEDGEpoint Global Markets em relatório divulgado esta semana. A análise toma como base os últimos números divulgados pela União da Indústria da Cana-de-Açúcar (Única): a moagem de cana no CS atingiu 31,5Mt, um aumento anual de quase 85%, sugerindo que as usinas operarão por mais tempo do que na última safra.
“Até 1º de novembro, 208 usinas estavam em operação no CS, em comparação com as 128 usinas em operação no mesmo período da temporada 2021/2022”, pontua a analista de Açúcar e Etanol da companhia, Lívea Coda.
Segundo ela, a precipitação acima do esperado em algumas áreas produtoras como Paraná, Mato Grosso do Sul e sul de São Paulo impactaram as operações de colheita. No entanto, os resultados desta quinzena mostram uma redução na defasagem do ciclo 2021/2022, para aproximadamente 15Mt.
“A Unica espera que a moagem para o ciclo atual atinja os valores da safra anterior até o final de novembro. No entanto, o relatório destaca que esse cenário depende dos primeiros meses de 2023 e das condições climáticas”, observa Coda. A hEDGEpoint mantém uma projeção mais conservador, com 546Mt de cana total, abaixo da média do mercado, de 550-555Mt.
O ATR do período apresentou uma leve recuperação em 145,13 kg/t, cerca de 1% de aumento, contudo, em números acumulados, ainda está 1,32% abaixo do valor do ano passado de 141,35 kg/t, segundo a Coda. “Em termos de subprodutos, voltamos a ter uma quinzena açucareira com um mix de açúcar superior a 48,5%. Isso significa 2,12Mt de açúcar produzidos (aumento de 145,43% anuais). O etanol também apresentou aumentos, tanto o hidratado (+47,2%) quanto o anidro (+50,7%)”, aponta a especialista.
As vendas de etanol mantiveram a tendência de setembro ao longo de outubro. Mais de 2,52Bi litros foram vendidos no mês, um aumento anual de 16,2%. No mercado interno, as vendas de hidratado melhoraram 3,52% em relação ao ano passado, enquanto o anidro 11,75% mais. “Apesar da paridade bomba média no estado de São Paulo -- maior consumidor -- ter sido de 73% no período, esta quinzena manteve uma tendência de aumento, na comparação anual”, afirma Coda.
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