COP27: Produtores de bioenergia se engajam na campanha Biofuturo
A União da Indústria de Cana-de-Açúcar e Bioenergia (Unica) a partir de agora faz parte da campanha Biofuturo, esforço global para acelerar a transição energética, promovendo a economia circular e de baixo carbono em diversos setores. Com isso, os produtores de bioenergia representados pela organização reforçam seu compromisso com a sustentabilidade e se engajam na campanha global.
“Temos cada vez mais e mais indústrias pensando em como reduzir emissões da sua cadeia de suprimentos. E a campanha conecta diferentes atores, com o objetivo de acelerar o processo de transição alavancando parcerias internacionais e regionais”, disse o CEO da iniciativa, Gerard J. Ostheimer.
A adesão da Unica foi firmada na segunda-feira (14/11), em Sharm El-Sheikh, no Egito, sede da 27ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (COP27). O ato integrou a programação do seminário “Versatilidade e complementariedade: fontes de energia renovável de baixo carbono e sua contribuição para a descarbonização”, promovido pela Unica e pela Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (ApexBrasil) em parceria com a Companhia Ambiental do Estado de São Paulo (Cetesb).
A campanha tem a missão de mostrar caminhos por meio dos quais países, empresas e consumidores podem substituir combustíveis, químicos e outros materiais por equivalentes biossustentáveis, reduzindo emissões de gases de efeito estufa (GEE). É uma iniciativa em articulação com a Plataforma para o Biofuturo, esforço governamental coletivo que reúne mais de 20 países para acelerar o desenvolvimento e a implantação de biocombustíveis avançados, nos setores mais diversos, como alternativas sustentáveis aos combustíveis fósseis.
As lições compartilhadas pelos signatários da Biofuturo podem ajudar os tomadores de decisão a identificar mecanismos políticos, ferramentas de redução de riscos e modos de investimento adaptados aos recursos locais. Ostheimer citou a experiência brasileira do RenovaBio como exemplo para esse processo.
Seminário
Durante o seminário “Versatilidade e complementariedade: fontes de energia renovável de baixo carbono e sua contribuição para a descarbonização”, foram discutidos o potencial e a experiência do Brasil no uso de energias renováveis. Com disponibilidade de sol, água e biomassa, o país ostenta uma das matrizes energéticas mais limpas do mundo, com capacidade de avançar ainda mais na descarbonização de diferentes setores.
“A missão de todos nós é descarbonizar, utilizando as diversas rotas tecnológicas de acordo com as circunstâncias ambientais, sociais e econômicas de cada país”, afirmou o presidente da Unica, Evandro Gussi. “Se queremos ser Net Zero, vamos precisar de todas as fontes energéticas – eólica, fotovoltaica, biomassa e, dessa biomassa, biogás e biometano, entre outras. Na cultura “e”, elas não são concorrentes e sim complementares”, completou Gussi.
A importância da complementariedade de fontes de energia baixo carbono também foi reforçada pela presidente da Associação Brasileira de Energia Eólica (ABEEólica), Elbia Gannoum. “Quando discutimos transição energética, estamos falando da maior parte do problema para emissões de GEE. A energia, de maneira geral, é responsável por 74% das emissões de GEE. Discutir energia, é discutir e trabalhar na contenção do aquecimento global”.
O presidente da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores. (Anfavea), Márcio Lima, ressaltou que, a diversidade da matriz energética brasileira, coloco o Brasil como fonte de soluções para a descarbonização mundial. “A redução de emissões e a construção de uma mobilidade de baixo carbono é um desafio global e podemos dizer que somos parte importante dessa solução.”
Projeto
A ApexBrasil e a Unica tornaram pública em fevereiro de 2008 uma estratégia para promover a imagem dos produtos sucroenergéticos no exterior, em especial do etanol brasileiro como uma energia limpa e renovável. As duas entidades assinaram um convênio que prevê investimentos compartilhados. O projeto pretende influenciar o processo de construção de imagem do etanol e demais derivados da cana-de-açúcar junto aos principais formadores de opinião mundial – governos e meios de comunicação, bem como empresas de trading, potenciais investidores e importadores, ONGs e consumidores.
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