CNA analisa custos de produção da cadeia de cana-de-açúcar

Publicado em 27/10/2022 09:10
Resultados dos levantamentos da atividade foram divulgados durante live, na quarta (26)

A Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) promoveu, na quarta (26), mais uma live do Circuito de Resultados do Projeto Campo Futuro para divulgar os custos de produção da cana-de-açúcar.

De acordo com a assessora técnica da CNA, Eduarda Lee, em 2022, o projeto levantou os custos da atividade em Araraquara, Assis, Jaboticabal e Penápolis, no estado de São Paulo; Cianorte, Jacarezinho e Cambará, no Paraná; Goiatuba e Quirinópolis em Goiás; João Pessoa (PB); Maceió (AL); Recife (PE) e Uberaba (MG).

O gestor de projetos do Pecege ESALQ/USP, Haroldo Torres, participou da live e apresentou os principais resultados dos painéis nas regiões Centro-Sul e Nordeste. Segundo ele, a recuperação abaixo do esperado da produtividade agrícola, somada a uma perspectiva de receita similar à safra anterior, caracterizou uma redução de margem e lucro obtidos em 2022.

“Essa situação evidencia a necessidade de ganhos efetivos de produtividade no setor, ainda que as próprias condições de rentabilidade se mostrem limitantes dos investimentos no campo”, destacou Haroldo.

Torres disse que o Custo Operacional Efetivo (COE) da cana-de-açúcar produzida no Centro-Sul registrou alta de 46% em relação ao último levantamento do projeto. “De um lado tivemos aumento de arrendamento em função da necessidade de praticar maiores valores para competição com outras culturas, e do outro lado uma elevação do preço de insumos, em especial fertilizantes e defensivos agrícolas”.

Durante a live, o gestor de projetos informou que, no Centro-Sul, o gasto com fertilizantes representou cerca de 56% dentro do custo com insumos no processo produtivo da cana. Na região Nordeste, os gastos com fertilizantes equivaleram a 62%.

O Head de açúcar e etanol da StoneX, Bruno Lima, falou sobre o atual cenário da cana e as perspectivas para o próximo ciclo. Para ele, a safra 2022/2023 foi desafiadora, apesar de equilibrada em função dos preços. “O mercado atual de açúcar se mantém próximo às máximas históricas. Mas à medida em que caminhamos para o avanço do ciclo mundial da cana, o cenário futuro demonstra uma maior pressão dos preços”.

Bruno explicou que o mercado físico é o principal suporte aos preços do açúcar e que já é possível perceber um aumento de oferta em âmbito global. “O balanço mundial indica aumento de oferta acima da demanda, pois boa parte dos principais players estão recuperando a produção”.

Lima também citou as perspectivas da StoneX para a próxima safra brasileira de cana, que deve alcançar 583,1 milhões de toneladas, um aumento de 4,6% em relação à safra 2022/2023, que deve totalizar 557,5 milhões de toneladas. “O açúcar está mais no foco do que o etanol e na nossa visão vai permanecer assim”.

O representante da entidade destacou ainda os principais fatores que podem influenciar a queda de preços do açúcar mercado internacional nos próximos meses, como a perspectiva de maior superávit mundial; o aumento da relação estoque/uso e etanol com limite para alta dos preços.

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Fonte:
CNA

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