Preço médio do CBio ultrapassa 200 reais, diz Itaú BBA
(Reuters) – Os preços médios dos créditos de descarbonização (CBios) atingiram o valor médio recorde de 202,62 reais na segunda quinzena de junho, segundo relatório do Itaú BBA e dados da B3.
A escalada dos preços dos créditos são um dos componentes de pressão sobre os preços dos combustíveis, uma vez que as distribuidoras são obrigadas a cumprir metas individuais de aquisição, no âmbito do programa RenovaBio.
O valor é quase o dobro do preço médio dos CBios no ano passado, de 114,60 reais.
Segundo a Itaú BBA, o volume de 15,12 milhões CBios emitidos até o fim do período totaliza 42% da meta estipulada pelo Conselho Nacional de Política Energética (CNPE) para 2022, de 36 milhões.
Já o volume de CBios aposentados chegou a 10,5% da meta. Se considerado o montante que está com as distribuidoras –que podem aposentá-los até 31 de dezembro para bater a meta de 2022– a proporção sobe para 63%.
As distribuidoras podem revender os CBios antes de aposentá-los, se for vantajoso comercialmente, embora tenha metas anuais.
Segundo o Itaú BBA, na segunda quinzena foram negociados 8,13 milhões de títulos, volume duas vezes maior em relação ao da quinzena anterior.
Os principais emissores de CBios são as usinas produtoras de etanol, que vêm enfrentando uma queda dos preços do biocombustivel diante de medidas tributárias do governo para reduzir as cotações.
Segundo a analista da consultoria agro do Itaú BBA Annelise Izumi, a escalada dos preços dos CBios ajuda a compensar a perda de competitividade do etanol com a desoneração da gasolina, mas a contribuição é muito pequena.
“Na conta da gasolina em São Paulo, por exemplo, o ICMS passou de 25% para 18%. E teve, ainda, a retirada da Cide e do PIS/Cofins. O etanol teve só a retirada do PIS/Cofins porque não tem Cide e já tinha o ICMS abaixo do teto. Então, essa diferença está muito longe do (impacto do) CBio”, disse Izumi.
O preço do etanol na usina de São Paulo fechou o mês de junho em baixa de 8%, pressionados pelo baixo volume de negócios, em meio a mudanças tributárias, e também por pressão sazonal da safra de cana-de-açúcar.
(Por Rafaella Barros)
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