Etanol ganha competitividade sobre açúcar com ajuste da Petrobras, mas há pouco espaço para mudança no mix das usinas
Os preços do etanol subiram no mercado brasileiro nos últimos dias, acompanhando a disparada do petróleo e o recente ajuste da Petrobras na gasolina e no diesel, que também acaba puxando o biocombustível que é misturado à gasolina (anidro) e usado diretamente nas bombas (hidratado).
Esse cenário fez com que os níveis de preço do biocombustível se equiparassem aos do açúcar.
A alta nos preços do etanol poderia trazer maior rentabilidade para as usinas na safra 2022/23 e diminuir os níveis de produção de açúcar na temporada que começa em abril deste ano. Porém, segundo análises do Itaú BBA, há pouco espaço para mudança no mix no Centro-Sul do Brasil.
"A safra 2022/23 no Centro Sul do país, com cerca de 65% do açúcar já fixado, tem pouco espaço para mudança de mix de produção, mesmo que os preços fiquem favoráveis para o etanol", disse em relatório a consultoria agro do banco.
Nesta manhã de quarta-feira (16), os futuros do açúcar bruto na Bolsa de Nova York (ICE Futures US) estavam cotados em cerca de US$ 18,50 c/lb. Na mesma equivalência, o etanol hidratado e anidro na base Ribeirão Preto chegou a ser comercializado quase em de US$ 20 c/lb nos últimos dias.
Apesar do recente ajuste de preço dos combustíveis pela Petrobras, com a gasolina nas refinarias saindo de um preço médio de R$ 3,25 o litro para R$ 3,86/l, ainda há espaço para novos repasses. Nesta quarta, por exemplo, o petróleo subia cerca de 2% nas bolsas externas.
"Mesmo com esse aumento [no dia 10 de março] ainda há espaço para reajustes positivos considerando a forte alta do brent", aponta o Itaú BBA.
Segundo o banco, a alta de preços da gasolina é positiva para o retorno da demanda do hidratado considerando que até a segunda semana de março, sem considerar o reajuste no preço da gasolina, três estados já apresentaram paridade abaixo dos 70%, sendo São Paulo, Minas Gerais e Goiás.
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