Uso da água é um dos temas prioritários nas pesquisas com cana-de-açúcar no país
Referência mundial em pesquisas com cana-de-açúcar, o Brasil volta sua atenção para estudos que envolvam uso racional de água, irrigação e tolerância à seca. O BIOEN, Programa de Pesquisa em Bioenergia da Fapesp (Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo), participa ativamente desse movimento, motivado pelos impactos das mudanças climáticas que já são sentidos no Brasil, com alterações nos volumes de chuvas e queda de produtividade nas lavouras de cana.
O país viveu em 2021 a mais intensa seca da história. A estiagem afetou estados inteiros e destruiu plantações. Mesmo em um cenário otimista, o interior do Estado de São Paulo, o Centro Sul de Minas Gerais e sul de Goiás, locais que concentram cerca de 90% da produção de cana-de-açúcar no país, devem se preparar para enfrentar, nos próximos anos, o aumento da intensidade, duração e frequência de períodos de seca. Os dados são do Sistema de Informações e Análises sobre Impactos das Mudanças Climáticas do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação Ciências (AdaptaBrasil MCTI).
A busca por soluções diante do desafio do clima envolve desde o manejo da irrigação e eficiência do uso de recursos até estudos com transgenia e fisiologia da planta em busca do aumento da tolerância à seca. Um dos estudos apoiados pelo BIOEN é coordenado pelo agrônomo e professor do Departamento de Biologia Vegetal da Unicamp, Rafael Vasconcelos Ribeiro, que desenvolve uma metodologia para tornar as mudas pré-brotadas mais tolerantes à estiagem. Em outras palavras, ele explora padrões fisiológicos da cana paradesenvolver plantas “treinadas” para enfrentar a escassez hídrica.
Outra linha de pesquisa envolve Tecnologia de irrigação. Pesquisa de campo realizada pela agrônoma Regina Pires na região de Ribeirão Preto (SP) indica que o uso de irrigação por gotejamento em lavouras de cana-de-açúcar conseguiu atingir a produtividade de 200 toneladas de cana por hectare, contra a média regional de 75 toneladas. Além disso, elevou o ATR (Açúcar Total Recuperável) em até 8kg por tonelada de cana.
Desde 2009, quando foi criado, o BIOEN busca desenvolver plantas tolerantes à seca, por meio da biotecnologia. “Estamos ampliando nossa contribuição para os climas futuros, com secas mais prolongadas, chuvas mais intensas e previsibilidade abalada”, afirma a coordenadora do programa, Glaucia Mendes Souza. Estudos envolvendo melhoramento genético na cana recebem apoio do BIOEN, a fim de criar plantas mais resistentes à estiagem e evitar queda nos níveis de produtividade na área plantada.
Relatório de Acompanhamento da Safra Brasileira de cana-de-açúcar da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) indica que, para a safra 2021/22, há previsão de queda de 13,3% na produção de cana do Sudeste devido à estiagem e à geada. No país, a queda esperada na produção é de 9,5%, cerca de 60 milhões de toneladas a menos do registrado na safra 2020/2021.
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