Disparada do petróleo dá suporte para açúcar em NY e Londres nesta 3ª feira
Os contratos futuros do açúcar encerraram esta terça-feira (05) com altas moderadas nas bolsas de Nova York e Londres. O dia foi de ajustes técnicos no mercado do adoçante, além de atenção ao petróleo e para as safras do Brasil e da Índia.
O principal vencimento do açúcar bruto na Bolsa de Nova York subiu 0,81%, cotado a US$ 19,85 c/lb, com máxima de 20,04 c/lb e mínima de 19,62 c/lb. No terminal de Londres, o tipo branco registrou alta de 0,97%, a US$ 507,50 a tonelada.
Depois de queda expressiva na véspera, o mercado do açúcar conseguiu recuperar parte das perdas durante a sessão desta terça-feira com algum ajuste de posições. Além disso, houve acompanhamento da disparada do petróleo.
Durante a tarde, os futuros do petróleo no cenário internacional subiam cerca de 2%, com o Brent em máximas de sete anos, ainda acompanhando o posicionamento da OPEP+ (Organização dos Países Produtores de Petróleo e aliados) sobre a produção.
"O sentimento de risco se recuperou um pouco nos mercados financeiros mais amplos, ajudando o açúcar", reportou a agência de notícias Reuters sobre as oscilações do mercado no dia.
Com o óleo mais valorizado, os preços da gasolina também tendem a ser impactados no mundo, além de seus outros derivados. Com isso, o etanol ganha competitividade e as usinas diminuem a oferta disponível de açúcar no mercado.
A safra nas origens também segue sendo monitorada pelos operadores. Recentemente, a Índia registrou danos na safra de cana-de-açúcar em alguns estados por conta de fortes chuvas. Já no Brasil, a estiagem prolongada segue impactando as lavouras.
"A atual safra (2021/22), que vem sendo marcada por fortes estiagens e geadas em algumas regiões brasileiras, pode terminar mais cedo do que o normal, prolongando a entressafra, o que pode sustentar os preços do açúcar nos próximos meses", disse o Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea, da Esalq/USP).
Também já começam a surgir preocupações para a temporada 2022/23.
Por outro lado, os operadores seguem atentos aos movimentos da demanda pelo adoçante em meio disparada nos preços dos fretes marítimos, além de queda no consumo ao redor do mundo, segundo reporte recente da Czarnikow.
MERCADO INTERNO
Os preços do açúcar seguem quebrando recordes no mercado brasileiro. "Pesquisadores indicam que o suporte aos preços no correr da atual safra 2021/22 vem da baixa oferta do açúcar cristal no mercado spot", disse o Cepea, apesar de repique de baixa ontem (04).
Como referência, na véspera, o Indicador CEPEA/ESALQ do açúcar, cor Icumsa de 130 a 180, mercado paulista, caiu 0,52%, negociado a R$ 142,34 a saca de 50 kg.
No Norte e Nordeste do Brasil, o açúcar ficou estável, a R$ 137,90 a saca, segundo dados levantados pela consultoria Datagro. O açúcar VHP, em Santos (SP), tinha no último dia de apuração o preço FOB cotado a US$ 20,90 c/lb - também na estabilidade.
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