Maior em etanol de milho, MT reduzirá ICMS a partir de 2022 e vê impulso à produção
SÃO PAULO (Reuters) - O Mato Grosso aprovou a redução gradativa da alíquota do Imposto sobre Circulação, Mercadorias e Serviços (ICMS) sobre o etanol hidratado, a partir de 2022, vinculada ao aumento da produção vendida para fora do Estado, maior produtor do biocombustível feito a partir de milho do Brasil.
A resolução do Conselho Deliberativo dos Programas de Desenvolvimento de Mato Grosso (Condeprodemat), publicada no diário oficial desta terça-feira, estabelece que a alíquota em 2022 seja de 4,5%, meio ponto abaixo dos 5% atuais --percentual que já conta com benefício tributário (a alíquota integral é de 12,5%), de acordo com a União Nacional de Etanol de Milho (Unem).
Para a associação, a redução do ICMS deve favorecer investimentos acima de 5 bilhões de reais que estão previstos para os próximos três anos em Mato Grosso, com a construção de novas usinas, ampliação de capacidade de plantas já em operação e conversão de unidades de cana-de-açúcar em flex (que também processam milho).
"Existe a proposta de um novo ciclo de crescimento da indústria de etanol, com compromisso de vultuosos investimentos em novas indústrias de dedicação exclusiva a produção de etanol de milho, ampliação da capacidade de indústrias já em operação, além de usinas de cana-de-açúcar transformadas em usinas flex", disse o presidente da Unem, Guilherme Linares Nolasco, com nota.
A expectativa, de acordo com a Unem, é de um incremento de 1,6 bilhão de litros na produção de etanol até 2023, versus uma produção estimada pela safra atual 2021/22 de cerca de 4 bilhões de litros.
Desse total, 2,93 bilhões de litros são de etanol de milho, como restante sendo de cana.
Mais de 70% do etanol produzido em Mato Grosso deverá ser vendido em outros Estados na safra 2021/22, uma vez que o consumo estadual é de 850 milhões de litros ao ano.
Conforme a associação, a alíquota do ICMS deverá ser reduzida de 4,5% para 4,1% após o Estado obter um aumento anual de 500 milhões de litros; para 3,5% com a oferta aumentando 600 milhões de litros/ano; e para 3,2%, com mais 400 milhões de litros de etanol/ano.
Segundo estudo realizado pelo Instituto Mato-Grossense de Economia Agropecuária (Imea), a redução da alíquota de ICMS não terá impacto nos cofres públicos, uma vez que a receita obtida com o tributo cobrado do milho in natura é menor.
"Uma tonelada de milho exportado in natura gera 12 reais em arrecadação por meio do Fethab, enquanto o processamento de uma tonelada do cereal para fabricação de etanol arrecada 51 reais", disse Nolasco.
O Mato Grosso também é o maior produtor de milho e soja do Brasil.
(Por Roberto Samora)
0 comentário
Açúcar em NY tem 4ª de baixas de até 2%, sentindo pressão do dólar
Açúcar fecha com baixas em NY mas contrato março/25 mantém suporte dos 22 cents/lbp
Head da Alvean diz que mercado não está atento a problema nos estoques de açúcar e destaca baixo volume para exportação no início de 2025
Hedgepoint analisa movimentação nos preços do açúcar com influência do cenário macro
Louis Dreyfus Company investe na construção de um terminal de transbordo de açúcar em Pederneiras
Preços do açúcar seguem com leve queda na tarde desta teça-feira (19)