Açúcar dispara em NY e testa máximas de mais de 4 anos com impactos das geadas no BR
O mercado futuro do açúcar encerrou a sessão desta terça-feira (10) com ganhos de mais de 6% na Bolsa de Nova York e de 4% em Londres. Os preços refletiram os dados da União da Indústria de Cana-de-Açúcar (Unica) confirmando o impacto das geadas.
O principal vencimento do açúcar bruto na Bolsa de Nova York registrou valorização de 6,06%, cotado a US$ 19,59 c/lb, com máxima de 19,75 c/lb e mínima de 18,54 c/lb. O tipo branco em Londres teve alta de 4%, a US$ 468,20 a tonelada.
As cotações do açúcar no terminal norte-americano testaram os níveis mais altos em quatro anos e meio nesta terça-feira depois da divulgação da Unica apontando impactos no processamento de cana e produção de açúcar e etanol com geadas.
O mercado do adoçante já vinha repercutindo o impacto das geadas nas lavouras e no resultado da produção do Centro-Sul na safra 2020/21, além da seca, mas a atualização ficou até abaixo das expectativas dos operadores.
"Tanto a produtividade da lavoura, quanto a qualidade da matéria-prima cultivada, sofreram com as geadas observadas nas últimas semanas na região Centro-Sul", disse Antonio de Padua Rodrigues, diretor técnico da Unica.
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A moagem de cana-de-açúcar pelas unidades produtoras do Centro-Sul alcançou 46,69 milhões de toneladas na segunda metade de julho, com retração de 8,16% sobre o volume apurado na mesma quinzena da safra 2020/2021.
Já a produção de açúcar caiu no período 11,81% no comparativo anual e atingiu 3,03 milhões de t fabricadas. Já a S&P Global Platts, em pesquisa com mais de 10 analistas, previa a produção de açúcar na região em 3,089 milhões de t.
O volume fabricado de etanol alcançou 2,28 bilhões de litros, com prioridade à produção de etanol anidro, segundo a união.
"Para este ano, há impacto pela necessidade de colher cana afetada pela geada antes de outras áreas, alcançando assim rendimentos abaixo do ideal, enquanto para o próximo ano, o impacto é devido à redução da brotação da cana", disse em nota a Organização Internacional do Açúcar (ISSO, em inglês).
O dia também foi de suporte para o mercado externo com a valorização expressiva nos futuros do petróleo WTI e Brent, o que tende a impactar o etanol e a oferta de açúcar. Além disso, o dólar registrava queda sobre o real.
Mercado interno
Os preços do açúcar voltaram a cair, após um inicio de agosto no positivo. Como referência, na véspera, o Indicador CEPEA/ESALQ do açúcar, cor Icumsa de 130 a 180, mercado paulista, recuou 0,82%, com a saca de 50 kg cotado a R$ 119,58.
"O movimento e alta está atrelado à restrição da oferta do adoçante na atual safra 2021/22, que, vale lembrar, vem sendo prejudicada pelo clima seco e frio", disse em nota o Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea, da Esalq/USP).
No Norte e Nordeste do Brasil, o açúcar registrou estabilidade, a R$ 132,00 a saca, segundo dados levantados pela consultoria Datagro. O açúcar VHP, em Santos (SP), tinha no último dia de apuração o preço FOB cotado do tipo a US$ 18,11 c/lb – estável.
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