Açúcar fecha 3ª em baixa, apesar da previsão de geadas para canaviais do BR
As cotações futuras do açúcar finalizaram a sessão desta terça-feira (29) com perdas nas bolsas de Nova York e Londres. Desde o início do dia, o mercado esteve do lado vermelho da tabela com ajustes técnicos ante a véspera, apesar de seguir a atenção ao Brasil.
O principal vencimento do açúcar bruto na Bolsa de Nova York registrou desvalorização de 0,40%, cotado a US$ 17,54 c/lb nesta sessão, com máxima de 17,66 c/lb e mínima de 17,35 c/lb. Enquanto que o tipo branco em Londres teve perdas de 0,21%, negociado a US$ 432,40 a tonelada.
O mercado sentiu maior peso nesta sessão de um movimento de realização de lucros depois das altas expressivas na véspera com atenção dos operadores para os dados quinzenais de produção da União da Indústria de Cana-de-Açúcar (Unica) na última semana e temores com o frio no Centro-Sul.
Além dos ajustes, ainda como fator baixista no dia, segundo a agência de notícias Reuters, os revendedores no mercado também acompanham um esfriamento da demanda, evidenciado pelo spread entre os vencimentos julho/21 e o outubro/21 na Bolsa de Nova York.
Apesar da acomodação técnica no mercado, segundo a trading inglesa Czarnikow, o risco de geada amanhã (30) em áreas produtoras de cana do Brasil segue sendo monitorado. A previsão climática adversa ocorre em uma safra já impactada pela seca dos últimos meses.
Institutos meteorológicos apontam previsão de geada em áreas de cana-de-açúcar nesta quarta
"Geadas moderadas e fracas estão previstas em algumas regiões agrícolas prejudicando a cultura do milho e da cana-de-açúcar – ambas que já sofrem perdas significativas pela seca", disse a trading em relatório divulgado ao mercado.
Além disso, a trading revisou sua estimativa para a safra 2021/22 de açúcar no Centro-Sul para 34,1 milhões de toneladas, ante 35,6 milhões de t da divulgação em abril, como reflexo da seca na região.
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No financeiro, o dia foi marcado por leve valorização nos futuros do petróleo WTI e Brent, apesar de valorização do dólar sobre o real. A moeda estrangeira mais valorizada tende a encorajar as exportações das commodities, mas em compensação pesa sobre os preços externos.
Mercado interno
Os preços do açúcar no mercado brasileiro seguem firmes. "As elevações são influenciadas pelo cenário de oferta restrita que tem sido observado desde o início da atual temporada 2021/22", destacou em nota o Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea, da Esalq/USP).
Como referência, na véspera, o Indicador CEPEA/ESALQ do açúcar, cor Icumsa de 130 a 180, mercado paulista, saltou 0,57%, cotado a R$ 117,89 a saca de 50 kg.
No Norte e Nordeste do Brasil, o açúcar registrou estabilidade, a R$ 132,65 a saca, segundo dados levantados pela consultoria Datagro. O açúcar VHP, em Santos (SP), tinha no último dia de apuração o preço FOB cotado do tipo a US$ 17,95 c/lb com valorização de 1,95%.
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