Estimativa de superávit em 21/22 pesa sobre açúcar em NY; no BR, preços recordes
As cotações futuras do açúcar encerraram a sessão desta terça-feira (15) com queda expressiva nas bolsas de Nova York e Londres. Apesar de alta em parte do dia, o mercado voltou a cair com atenção para a divulgação da nova safra global e movimentações no Brasil.
O principal vencimento do açúcar bruto na Bolsa de Nova York registrou queda de 1,09% no dia, a US$ 17,20 c/lb, com máxima de 17,58 c/lb e mínima de 17,08 c/lb. Enquanto que o tipo branco em Londres teve perda de 1,72%, negociado a US$ 440,80 a tonelada.
O mercado do adoçante completou a quarta sessão seguida de baixa depois de ser divulgada na véspera uma estimativa da trading inglesa Czarnikow de que a safra global 2021/22 (outubro-setembro) deve ter um superávit de 1,5 milhão de toneladas com elevação na produção em importantes origens.
Na temporada 2020/21, o superávit estimado é de 2,7 milhões de t.
"Mais uma vez, em 2021/22, acreditamos que a Índia produzirá mais de 30 milhões de toneladas de açúcar, embora desvie mais cana para o etanol", destacou a trading em relatório divulgado ontem (14). O país asiático tem tido excelentes condições de cultivo para a cana.
Veja mais:
» Safra global 21/22 de açúcar deve ter um superávit de 1,5 mi de t, projeta Czarnikow
Indicador Cepea do cristal atingiu recorde nominal na última quinta-feira (10) - Foto: Pixabay
Apesar das melhores expectativas na Índia, o cenário climático no Brasil segue sendo monitorado. A queda no dia também acompanha os recentes reportes de chuva em áreas produtoras do Centro-Sul do país, inclusive com precipitações acima da média esperada na última semana em algumas áreas.
"A liquidação no mercado futuro de açúcar continua pressionando os preços diante de uma amenização da seca no Brasil, juntamente com o aumento da produção de açúcar", disse a Barchart, fornecedora de informações de commodities sobre o mercado nesta terça-feira.
Ainda segue alguma repercussão no mercado da produção de açúcar e etanol no Centro-Sul do Brasil acima do esperado na segunda quinzena de maio, segundo mostraram os dados da União da Indústria de Cana-de-Açúcar (Unica) divulgados na última semana.
No financeiro, o dia foi marcado por valorização do dólar sobre o real, o que tende a encorajar as exportações das commodities, incluindo o açúcar, mas em compensação pressiona o mercado externo. Por outro lado, o petróleo avançava com força e dava algum suporte ao açúcar.
Mercado interno
Apesar das oscilações negativas nos terminais externos, no Brasil, a retomada da demanda no mercado dá suporte aos preços no físico, inclusive com recorde nominal na última quinta (10), segundo o Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea, da Esalq/USP).
"A demanda um pouco mais aquecida, o atraso do início da moagem no Centro-Sul do Brasil e a menor produtividade dos canaviais da região mantêm em alta os preços do açúcar cristal no estado de São Paulo", disse o Cepea.
Como referência, o Indicador CEPEA/ESALQ do açúcar, cor Icumsa de 130 a 180, mercado paulista, teve valorização de 1,12%, cotado a R$ 116,89 a saca de 50 kg.
Veja mais:
» Açúcar/Cepea: Indicador do cristal atinge recorde nominal
No Norte e Nordeste do Brasil, o açúcar registrou estabilidade, a R$ 124,52 a saca, segundo dados levantados pela consultoria Datagro. O açúcar VHP, em Santos (SP), tinha no último dia de apuração disponível o preço FOB cotado a US$ 18,17 c/lb com queda de 1,41%.
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