Açúcar tem rally com ganhos de mais de 3% e supera os US$ 18 c/lb em NY
As cotações do açúcar testaram rally nesta terça-feira (11) nas bolsas de Nova York e Londres, fechando com altas de mais de 3% nos principais vencimentos e com rompimento dos US$ 18 c/lb no terminal nova-iorquino. As preocupações com a nova safra brasileira seguem ditando as negociações.
O principal vencimento do açúcar na Bolsa de Nova York fechou o dia com valorização de 3,49%, cotado a US$ 18,10 c/lb, com teste de máxima de 18,14 c/lb e mínima de 17,40 c/lb. Já o tipo branco em Londres registrou alta de 3,09%, negociado a US$ 480,50 a tonelada.
As preocupações com a safra brasileira 2021/22 de cana-de-açúcar seguem ditando as negociações no mercado, com possibilidade de perdas muito maiores do que as já reportadas, o que impactaria na oferta global em um momento de retomada da demanda pelo adoçante.
"A principal região de cultivo está seca no Brasil, com pouca ou nenhuma chuva na previsão. Algumas precipitações foram relatadas apenas no Paraná no fim de semana. A produção já foi prejudicada devido ao clima seco no início do ano", disse em nota Jack Scoville, analista de mercado da Price Futures Group.
O mercado já começa a se preocupar com as fixações antecipadas de açúcar feitas para a nova safra. As usinas e produtores podem ter que pagar multa, caso não consigam entregar os comprometimentos ou avançar na entregue. Também há o acompanhamento para a disparada do etanol no Brasil, apesar de o açúcar ainda estar mais compensador.
Mercado já começa a se preocupar com cumprimento das fixações antecipadas - Foto: Copersucar
Além do cenário climático adverso no Brasil, com impactos eminentes na safra de cana, mas com números que ainda devem ser atualizados ao longo dos próximos meses, a demanda pelo adoçante segue dando sinais de recuperação. No entanto, ainda há muitas duvidas sobre o balanço global de oferta.
Os embarques de açúcar pela Índia seguem elevados, apesar do agravamento da pandemia do coronavírus no país. Em abril, as exportações do adoçante totalizaram 977 mil toneladas, após recorde de 1,2 milhão de t em março, segundo dados levantados pela trading inglesa Czarnikow.
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Levantamento exclusivo da S&P Global Platts finalizado em 10 de maio aponta que a produção de açúcar no Centro-Sul na 2ª quinzena do mês de abril deve totalizar 1,48 milhão de t. Uma queda anual de 27% e, caso confirmado, pode ser o menor patamar desde a safra 2017/18.
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Do financeiro, o mercado oscilou no dia acompanhando o petróleo, que registrava ganhos leves a moderados nesta tarde. Além disso, o real se valorizava ante o dólar, o que desencoraja as exportações da commodity pelo Brasil e tende a dar suporte aos preços externos.
Mercado interno
O mercado do açúcar segue se valorizando neste início de semana, com os preços do cristal no spot de São Paulo até superando os da exportação, segundo o Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea, da Esalq/USP).
"Ainda que este momento seja de colheita de cana, a disponibilidade no spot é pequena, visto que usinas paulistas têm priorizado a entrega de contratos, tanto no mercado interno quanto no externo", disse o centro em nota.
O Indicador CEPEA/ESALQ do açúcar, cor Icumsa de 130 a 180, mercado paulista, saltou 0,98%, cotado a R$ 115,34 a saca de 50 kg.
Já no Norte e Nordeste do Brasil, o açúcar registrou estabilidade, negociado a R$ 119,34 a saca, segundo dados da consultoria Datagro. O açúcar VHP, em Santos (SP), tinha na última sessão o preço FOB cotado a US$ 18,45 c/lb.
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