Escassez de contêineres deve reduzir exportações de açúcar da Índia em 12%
As exportações de açúcar da Índia podem cair 12% em 2020/21 (outubro-setembro), para 5 milhões de toneladas, segundo fontes da indústria ouvidas pela agência Reuters. A situação acompanha uma escassez de contêineres que impacta o comércio e pode fazer com que o país seja impactado no principal período de embarques.
“A escassez de contêineres está limitando as nossas exportações”, disse Prakash Naiknavare, diretor-gerente da Federação Nacional de Fábricas de Açúcar Cooperativas Ltd. “Assinamos contratos de exportação de cerca de 3 milhões de t, mas conseguimos embarcar apenas cerca de 1 milhão de t”.
A escassez de contêineres no país ocorre desde novembro do ano passado, à medida que suas importações caíram devido à pandemia do coronavírus e tensões geopolíticas. Alguns exportadores de commodities estão conseguindo contêineres apenas com altos custos, mas não encontram espaços em navios.
As expectativas de menor exportação do segundo maior produtor de açúcar do mundo, apenas atrás do Brasil, podem abrir espaço para que o rival sul-americano eleve seus embarques ao longo do segundo semestre do ano. Apesar disso, há algumas preocupações no Brasil relacionadas com impactos do atraso na soja.
As exportações de açúcar pela Índia na temporada anterior totalizaram 5,7 milhões de t. Além disso, a nova projeção para este ano, fica bem abaixo do que a previsão do governo de embarques de 6 milhões de t no ano corrente, com subsídio de 5.833 rúpias (US$ 80,55) por tonelada para os embarques.
Os impactos logísticos na Índia devem durar todo o primeiro semestre do ano, quando tradicionalmente a Índia exporta a maior parte de sua produção de açúcar. Após isso, as chuvas de monções complicam os envios pelo país.
O preço FOB do açúcar branco indiano está sendo vendido entre US$ 400 e US$ 415/t, abaixo dos preços futuros em Londres. O tipo branco era ofertado em cerca de US$ 400.
A Índia exportou cerca de 300 mil t de açúcar no mês de janeiro, principalmente para o Afeganistão, países africanos, Indonésia e Sri Lanka, sobre mais de 700 mil t no mesmo mês do ano anterior, segundo estimam os comerciantes consultados pela Reuters.
Com informações da Reuters
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