Itaú BBA: açúcar pode ficar entre 13 cents e 14 cents/libra-peso; etanol deve continuar competitivo
Em decorrência da perspectiva de oferta apertada e demanda crescente na próxima safra global, que começa em outubro, os preços do açúcar na Bolsa de Nova York (ICE Futures US) podem ficar entre 13 centavos e 14 centavos de dólar por libra-peso, projeta o Itaú BBA. Em relatório mensal de commodities, o banco afirma: "Os principais países consumidores tendem continuar a manter as compras e estoques em níveis razoáveis, notadamente aqueles países com baixo poder aquisitivo e que ainda enfrentam problemas com a crise gerada pela covid-19, recorrendo a fontes alimentícias baratas como o açúcar".
O boletim mostra que há alguns possíveis obstáculos para que os preços cheguem nesse patamar. Um deles é o comportamento dos fundos não comerciais, que recentemente aumentaram a posição líquida comprada no adoçante no fim de agosto. Caso esses fundos optem pela realização de lucros e aumentem as vendas da commodity, os preços podem cair. Além disso, preços na casa dos 13,5 cents/libra-peso incentivariam as exportações da Índia, levando a uma alta na demanda global que frearia maiores avanços nos preços.
Em reais, os preços alcançaram a casa dos R$ 1.500/tonelada em decorrência do câmbio e da valorização da commodity. O banco alerta que, para a fixação futura, é preciso se atentar à possibilidade de mudanças no clima e no mix.
Etanol - Nas últimas semanas de agosto, a demanda de distribuidoras pelo biocombustível aumentou, de acordo com o Itaú BBA. Embora o preço do biocombustível tenha avançado, o banco afirma que ele pode continuar competitivo frente à gasolina por causa do reajuste recente nos preços do combustível fóssil, que não deve ser revertido em breve, mesmo com a queda nos preços do petróleo.
As cotações do etanol também devem ser ajudadas pela retomada das vendas indicada pela Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), que mostrou alta de mais de 13,9% nas vendas de julho deste ano na comparação com junho - embora, na comparação com julho de 2019, tenha havido recuo de 13%.
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