Consumo de combustíveis leves cai 24% em maio
Dados publicados pela Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) e compilados pela União da Indústria de Cana-de-Açúcar (UNICA) apontam que em maio de 2020 o mercado de combustíveis registrou novamente uma forte retração, de 23,8%, quando comparado ao mesmo período do ano anterior. O volume contabilizado de 3,38 bilhões de litros consumidos pela frota de veículos leves indica um aumento de 8,14% sobre o mês de abril de 2020, o mais impactado até o momento pelos efeitos negativos causados pela COVID-19 em toda a economia.
No acumulado de janeiro a maio, o consumo de combustíveis no mercado nacional atingiu 19,07 bilhões de litros, em gasolina equivalente, o que representa uma queda de 12,7% na comparação com o mesmo período de 2019.
Quando analisado a variação do consumo de etanol hidratado e o de gasolina em maio versus mesmo período de 2019, nota-se uma queda de magnitude similar àquela observada em abril em praticamente todos os Estados. O volume consumido de biocombustível no País somou apenas 1,27 bilhão de litros e uma redução de 32,1% e o combustível fóssil registrou queda de 20,4% e um volume de 2,50 bilhões de litros.
Nesse ponto cabe destacar que, apesar da avaliação de maio de 2020 comparado com abril de 2020 indicar um aumento de 5,00% no consumo de etanol hidratado e de 9,13% na gasolina, o crescimento mensal registrado é muito tímido quando confrontado com a retração observada no mercado de combustíveis desde março.
Na avaliação por Estado, com exceção do Amazonas, que apresentou crescimento de 6,7% no consumo de hidratado, todas as demais federações apresentaram sensíveis quedas no volume demandado de biocombustível. Os dados indicam que nos principais Estados consumidores do renovável a retração na demanda ficou em 29,2%, variando de 18,9% no Mato Grosso até 37,3% no Paraná. O mesmo cenário recessivo é observado no consumo de gasolina C, que variou de 0,5% no Mato Grosso até 33,2% no Ceará.
Mercado de etanol
No acumulado de 2020, os dados da ANP mostram que o volume do renovável comercializado totaliza 7,63 bilhões de litros, 15,5% inferior ao registrado no mesmo período de 2019, mas por outro lado, representa o segundo maior consumo de hidratado no período analisado de toda série histórica.
“Esse resultado decorre da elevada competitividade do etanol nos principais centros consumidores frente a gasolina que possibilitou a manutenção da participação na matriz de combustíveis do ciclo Otto. Em maio, o índice, que mensura o volume de hidratado e anidro consumidos pela frota de veículos de passeio e carga leve, atingiu 46,1%”, explica Antonio de Padua Rodrigues, diretor técnico da UNICA. Assim, o uso do etanol no Brasil, seja como combustível ou aditivo a gasolina, propiciou que fosse evitada a emissão de 16,4 milhões de toneladas de CO2eq para a atmosfera, entre outros poluentes nocivos à saúde.
Informações da ANP e compiladas pela UNICA indicam um aumento na competitividade do renovável em pelo menos 15 unidades federativas e que, na média nacional, o preço relativo entre etanol e gasolina permaneceu abaixo da referência técnica de 70% em maio, atingindo 65,9% ante 67,4% em abril de 2020, o que colaborou para um ligeira recuperação do volume consumido no último mês.
A paridade de preços nos Estados de Goiás, Mato Grosso, Minas Gerais e São Paulo no mês de maio mostra uma relação de 68%, 63%, 65% e 64%, respectivamente. O impacto, porém, do ganho de competividade sobre o consumo de hidratado foram distintos, que variou de um crescimento de 5,1% em São Paulo a 11,6% em Minas Gerais.
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