Etanol: Em maio, os preços dos etanóis subiram no estado de São Paulo, recuperando apenas parte das perdas de mar/abr2020
Em maio, os preços dos etanóis subiram no estado de São Paulo, recuperando apenas parte das perdas registradas entre março e abril. A sustentação aos valores veio da volta, ainda que gradativa, do consumo em alguns importantes polos consumidores do País. Mesmo em meio à pandemia do novo coronavírus, a boa vantagem do etanol hidratado nos postos paulistas favoreceu a demanda, elevando a necessidade de distribuidoras de repor estoques. Vale lembrar que, em abril, a participação de compradores no mercado de etanol esteve baixa em boa parte do mês.
Além da procura, outro fator que deu suporte às cotações de etanol em São Paulo foi a postura firme dos vendedores ao longo de maio, mesmo neste início de temporada na região Centro-Sul.
No caso do etanol anidro, destaca-se o crescimento do número de negócios no mercado spot. Isso se deu em função da postergação do período definido para a fixação de contratos, visando o atendimento da Resolução nº 67 da ANP pelas distribuidoras. Assim, por conta de contratos ainda não firmados, as vendas no spot aumentaram em maio frente às do mês anterior.
A média dos valores das semanas cheias do Indicador CEPEA/ESALQ do etanol hidratado ficou em R$ 1,4352/litro, alta de 5,75% na comparação com as semanas cheias de abril. Para o Indicador CEPEA/ESALQ do etanol anidro, o aumento foi de apenas 0,4%, com média de R$ 1,5803/litro no spot. Em termos de volume de etanol hidratado captado pelo Cepea, o de maio superou em 6,93% o de abril deste ano. Contudo, em relação a maio de 2019, houve forte redução de 53,6%.
No mercado varejista, o abastecimento com etanol hidratado seguiu vantajoso frente à gasolina C em maio, mesmo com o aumento dos preços no segmento produtor. Em São Paulo, o preço médio do litro do etanol foi de R$ 2,345, e o da gasolina, de R$ 3,684 em maio, configurando uma paridade de 63,7%, mais baixa que os 65,9% do mês anterior. Em Mato Grosso, Goiás e Minas Gerais, a relação média entre os combustíveis também foi inferior a 70%, ficando em 62,8%, 67,8% e 65,4%, respectivamente, segundo os dados da ANP (Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis).
NORDESTE – Os preços dos etanóis caíram por mais um mês na região nordestina, mesmo com os ajustes positivos nos preços da gasolina A realizados pela Petrobrás. Na última quinzena, principalmente, os produtores mantiveram-se firmes nas cotações dos etanóis, em função dos estoques reduzidos para comercialização com as distribuidoras e também motivados pelos preços mais altos na região Centro-Sul.
Boa parte dos produtores de etanol de Pernambuco, Alagoas e Paraíba já liquidou os estoques e deve retornar ao mercado somente na próxima safra (setembro e outubro). Já aqueles estocados preferiram exportar etanol, aproveitando as altas cotações do dólar durante o mês. Ainda alguns continuam vendendo etanol para produção de álcool gel e álcool 70%, em função da pandemia da covid-19.
Em Pernambuco, o Indicador mensal CEPEA/ESALQ do hidratado fechou em R$ 1,5684/litro em maio, queda de 1,51% frente ao de abril. No caso do anidro, o Indicador mensal CEPEA/ESALQ fechou em R$ 1,7170/litro, 26,67% inferior ao do mês de fev/20 (último mês divulgado na série histórica). O Indicador mensal CEPEA/ESALQ do hidratado de Alagoas fechou em R$ 1,4454/litro em maio, retração de 1,47% frente ao de abril. Para o anidro, houve alta de 5,58% na mesma comparação, para R$ 1,7678/litro.
Para o Indicador mensal hidratado CEPEA/ESALQ da Paraíba, houve queda de 2,15% frente ao de abril, fechando em R$ 1,5778/litro em maio. O Indicador mensal do anidro fechou em R$ 1,7587/litro, desvalorização de 4,01% frente ao do mês anterior.
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