Açúcar: preso nos 11 c/lp e sem reação, pequenas altas pontuais pouco representam
Se 9 pontos forem considerados alta, então, sim, o açúcar subiu em Nova York. Mas para uma commodity depreciada e sem força prevista que a empurre acima da casa dos 11 c/lp, onde está presa há dias, a pontuação positiva no julho, o contrato principal em Nova York, não representa quase nada.
Mesmo a tela de outubro cresceu mais marginalmente ainda nesta terça (28): 4 pontos, a 12 c l/p. também sobre a sexta (24).
A volta do feriado prolongado nos Estados Unidos explica essa leve escapadinha, que, ao menos, protela a hemorragia.
Como não há fundamento que mova o açúcar nem acima dos 12 c l/p, ficando mais longe do custo de produção, mas ainda muito abaixo de um patamar aceitável dos 14 c l/p (como se chegou a estimar no primeiro trimestre), as apostas correm por fora do negócio.
Eduardo Sia, analista da Sucden Brasil, lembra que os grãos estão subindo (plantio atrasado no EUA e guerra comercial) e o petróleo mais comportado (hoje ficou cotado o junho a US$ 72,80, mais 76 pontos, em Londres). Então, seria bom ver o impulso que poderiam dar ao açúcar, segundo ele.
Mas, se consolidado, não seria nada significativo, como ocorre sempre com estímulos de fundamentos de outras commodities. E, provavelmente, de tiro curto.
Prevalecem os estoques mundiais elevados, a safra indiana e seu excedente exportável ainda restando em torno dos 2 milhões de toneladas e, desde a semana passada, o superávit global analisado pelo USDA de 4,3 milhões de toneladas.
Interessante que mesmo com o anúncio desse balanço de oferta o açúcar até que não derreteu de vez. Já estava na margem dos 11 c l/p, mostrando que o mercado já havia precificado a inelasticidade na qual se encontra o adoçante.
E interessante ainda que mesmo com um início de safra mais etanoleira no Brasil, portanto saindo menos açúcar das fábricas, a ICE Futures não reage.
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