Curto prazo com etanol e dúvidas da Índia seguram pressão de baixa do açúcar em NY
Com a safra de estimativas praticamente finalizada para a nova temporada sucroenergética brasileira - algumas de peso no cenário da ICE Futures (Nova York) - cujo balanço indica mais açúcar que na 18/19, o mercado ainda anda colado no curto prazo do etanol. E também aguarda mais solidez das informações da Índia.
Depois de descer a 12.20 c/lp, na semana anterior as telas de 2019 viraram para uma recuperação moderada e ficou "de lado" em torno dos 12.50. Neste segunda (18), maio, julho e outubro escaparam mais animados para mais 32, 33 e 30 pontos, respectivamente 12.84, 13.01 e 13.33. "Recuperação limitada", acentua Maurício Muruci, da Safras & Mercado.
A participação do etanol em termos de vendas, com recordes sobre recordes - fevereiro, máxima histórica de 1,71 bilhão de litros -, com chance de se repetir em março pela competitividade sobre a gasolina (litro nesta segunda na casa de R$ 4,09, em São Paulo), amplia a expectativa de uma abertura de safra mais alcooleira. Os estoques estão no limite e poucas usinas estão ou vão operar antes de 1º de abril.
Mesmo com a maioria das previsões indicando mais a commodity e menos etanol do que o previsto, mas ainda mantendo a liderança no mix, bem como mais cana disponível, os traders preferem a cautela.
Além do etanol, há a Índia, como lembrou Muruci, que anunciou subsídios de US$ 470 milhões para as destilarias produzirem mais etanol, o que em tese desvia matéria-prima do açúcar para o biocombustível. Isso em meio a previsões vistas há semanas de uma queda para 31/30 milhões de toneladas na safra que começara em outubro, quando saiu lá atrás de 36 milhões de toneladas.
No geral, há que se dizer que há dúvidas do quanto a queda da Índia e aumento do Brasil vão se anular ou faltar.
Relembrando previsões
A Sucden, uma das principais tradings mundiais, aposta numa safra do Centro-Sul de 27,16 milhões de toneladas de açúcar, quase 1 milhão a mais da sua avaliação do ciclo atual, enquanto a Datagro joga pouco mais de 3 mi/t a mais do alimento, para 29,7 mi/t, pouco acima da INTL FC Stone. A Datagro também coloca mais 10 milhões de toneladas de cana, para 583 milhões de toneladas a serem moídas, reputando a previsão às chuvas que retornaram.
Já a Safras & Mercado, de Maurício Muruci, relatou dias atrás uma oferta da principal região produtora nacional em torno das 28 milhões de toneladas.
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