Vendas de etanol hidratado por usinas do CS sobem 25,3% em dezembro, diz Unica
SÃO PAULO (Reuters) - As vendas de etanol hidratado no mercado brasileiro por usinas do centro-sul do país cresceram 25,3 por cento em dezembro na comparação anual, para um recorde de 1,79 bilhão de litros para o mês, informou nesta terça-feira a associação da indústria Unica, sinalizando forte competitividade do biocombustível ante a gasolina.
De acordo com a entidade, este início de 2019 apresenta a melhor vantagem para o álcool nesta década, com seu preço, em média, em 65 por cento do valor da gasolina nas bombas --abaixo, portanto, da clássica paridade de 70 por cento.
Trata-se de uma competitividade atípica, tendo em vista que o momento é de entressafra na principal região canavieira do país, quando a produção de álcool é geralmente menor.
A comercialização doméstica de hidratado em dezembro, contudo, ficou abaixo do 1,83 bilhão de litros de novembro. Para a associação, isso reflete a precificação pela Petrobras para os combustíveis fósseis, "que tiveram seus preços sensivelmente reduzidos em dezembro".
"Como resultado dessa prática, as distribuidoras diminuíram seus estoques operacionais ao menor nível possível em função de mudanças nas políticas de compras do combustível decorrente de alteração da dinâmica de mercado", destacou a União da Indústria de Cana-de-açúcar.
Segundo a Unica, as vendas totais de etanol pelo centro-sul, considerando-se hidratado e anidro e mercados interno e externo, foram de 2,53 bilhões de litros em dezembro, contra 2,32 bilhões um ano antes.
PRODUÇÃO
Usinas impulsionaram a fabricação de álcool neste ano em razão da melhor competitividade do produto ante a gasolina e também em relação ao açúcar. Tanto que nesta entressafra a oferta segue maior.
Na segunda quinzena de dezembro, 78,35 por cento da oferta de cana foi direcionada ao etanol, versus 67,76 por cento um ano antes.
Assim, foram produzidos 204 milhões de litros do biocombustível na segunda metade do mês passado (alta de 7,7 por cento), enquanto a fabricação de açúcar recuou 38,3 por cento, para 72 mil toneladas.
Desde o início da safra, em abril, até dezembro, a produção de álcool totaliza 30,1 bilhão de litros (+19,4 por cento) e a de açúcar, 26,3 milhões de toneladas (-26,5 por cento).
Segundo a Unica, a moagem de cana na segunda quinzena de dezembro recuou 5,7 por cento, para 2,4 milhões de toneladas. No acumulado da safra, apresenta retração de 3,6 por cento, com 562 milhões de toneladas.
"Para o primeiro trimestre de 2019, a quantidade de cana a ser moída dependerá das condições climáticas. Em dezembro, as chuvas ficaram aquém da média histórica (até 100 mm inferior) em muitos canaviais do centro-sul, o que compromete o ritmo de plantio e o desenvolvimento da cana. Nesse sentido, é cedo para fazer qualquer projeção sobre a oferta para a próxima safra", destacou em nota o diretor técnico da Unica, Antonio de Padua Rodrigues.
Ainda segundo a entidade, ao longo de janeiro 8 usinas de cana estarão em operação, bem como 6 de milho.
(Por José Roberto Gomes)
0 comentário
Alta do petróleo evita perda mais expressiva e açúcar fecha 6ª feira (22) com variações mistas
Açúcar recupera perdas em NY, sobe quase 1% e fica quase estável no acumulado semanal
Futuros do açúcar seguem pressionados e abrem novamente em queda nesta 6ª feira (22)
Açúcar cai mais de 1% em NY pressionado por previsão de menor déficit global em 2024/25
Açúcar amplia queda em NY e Londres e cotações trabalham próximas às mínimas deste mês
Açúcar abre novamente em queda e já devolve ganhos acentuados do início da semana