Infestação de larva deve reduzir produção de açúcar da Índia

Publicado em 17/10/2018 12:12

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Por Rajendra Jadhav

WADWAL, Índia (Reuters) - A Índia pode ter encontrado uma solução para seu problema com o excedente de açúcar, mas a resposta não deixará seus produtores de cana felizes.

Depois de uma safra abundante, os estoques de açúcar no país, maior consumidor do adoçante do mundo, mais do que dobraram desde o ano passado.

Com outra safra recorde esperada na atual temporada, a Índia está subsidiando as exportações de açúcar, ameaçando inundar o mercado, após mínima de 10 anos em 27 de setembro.

Mas uma infestação de larvas brancas em Maharashtra, segundo maior Estado produtor de açúcar da Índia, e Karnataka, o terceiro maior produtor, pode significar que a produção de açúcar para o ano-safra 2018/19 será 9 por cento menor que as estimativas anteriores.

Embora a produção mais baixa possa reduzir os estoques de 10 milhões de toneladas de açúcar na Índia, as larvas que se alimentam das raízes das plantas só podem ser erradicadas retirando a plantação, deixando o campo em pousio e depois replantando.

"A partir de agosto, os talos de cana começaram a murchar apesar da irrigação. Quando tentamos descobrir o motivo, encontramos larvas brancas comendo brotos", disse o agricultor Sopan Salunkhe.

Salunkhe pode colher apenas 20 toneladas de cana na temporada de comercialização de 2018/19, iniciada em 1º de outubro, ante 140 toneladas no ano anterior.

Em todo o interior de Maharashtra, mais de quatro dúzias de agricultores disseram à Reuters que estão esperando safras menores nesta temporada por causa das larvas que prosperaram após chuvas abaixo do normal em agosto e setembro.

Normalmente, as fortes chuvas de monção inundam os campos, reduzindo as larvas.

A Federação Nacional das Fábricas Cooperativas de Açúcar Ltd (NFCSF, na sigla em inglês), associação de usinas que operam 50 por cento da capacidade de processamento do país, reduziu sua previsão de produção para o ano-safra 2018/19 para 32,4 milhões de toneladas, incluindo 9,7 milhões de toneladas para Maharashtra.

Isso está abaixo de uma previsão nacional anterior de até 35,5 milhões de toneladas e de até 11,5 milhões de toneladas para Maharashtra.

"Estamos revisando os números de produção para baixo devido ao severo ataque de pragas", disse Prakash Naiknavare, diretor da NFCSF.

AMEAÇA SUBTERRÂNEA

Infestações esporádicas de pragas foram relatadas no passado em menor escala, mas o surto atual é tão disseminado pela primeira vez que afetará a produção total de açúcar, disse B. B. Thombare, presidente da Western India Sugar Mills Association.

"Havia crença entre os agricultores de que a cana é uma planta forte e que poderia resistir a ataques de pragas e doenças. Essa percepção mudou", disse Thombare.

Agricultores em todo o Estado de Maharashtra estão lutando para controlá-lo.

"Tentamos matar as larvas pulverizando querosene, sal e vários pesticidas, mas não conseguimos, pois os vermes ficam abaixo do solo" disse Ashok Giramkar, agricultor da vila de Dalaj, no distrito de Pune.

De junho a julho, os vermes brancos permanecem pequenos o suficiente para serem mortos com pesticidas, mas agora estão totalmente crescidos e podem sobreviver no subsolo, mesmo depois de diferentes pesticidas terem sido aplicados, disse R.G. Yadav, pesquisador em Pune, Maharashtra.

A infestação de larvas e a redução das chuvas reduziram as plantações de cana para a safra 2019/20, disse Naiknavare, da NFCSF, acrescentando que a produção de açúcar no próximo ano pode cair para 29,2 milhões de toneladas.

Com certeza, a previsão de produção de açúcar deste ano, de 32,4 milhões de toneladas, estabeleceria um recorde pelo segundo ano consecutivo.

Mas a produção menor do que a estimada poderia ajudar a reduzir os amplos estoques na Índia e limitar as exportações, disse um operador de Mumbai com uma trading global.

As usinas da Índia assinaram acordos no início deste mês para exportar açúcar bruto pela primeira vez em três anos, depois de garantir os subsídios do governo destinados a reduzir o acúmulo de estoques.

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Fonte:
Reuters

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