Açúcar sai da semana 'de lado' em NY, abaixo de 12.50 c/lp, e indicando pressão mais baixista com a oferta do BR chegando
A quinta-feira (29) do açúcar na Bolsa de Nova York (NYBOT) foi a repetição da gangorra que se viu ao longo dessa semana curta. Sem fundamentos novos, como ocorre há várias semanas, o mercado trabalhou tecnicamente, compensando um dia de perda com um dia de ganhos, marginais, sempre próximos (e abaixo) dos 12.50 c/lp. As três telas de 2018 ficaram positivas.
O contrato de maio fechou negociado a 12.34 c/lp, variação de 13 pontos, igual a julho, fechado a 12.47. Outubro foi mais moderado ainda, a 9 pontos, em 12.87 c/lp.
Na sessão de véspera, as perdas moderadas entre 28 e 33 pontos, pode ter vindo depois que a Índia anunciou um pequeno impulso em sua política de facilitar as exportações – no caso em relação às cotas mínimas compulsórias de cada indústria -, e enxugar o excedente de 2,5 milhões de toneladas que deverá ter até o final do atual ciclo, em setembro.
Mas para Ana Cláudia Cordeiro, analista da Canex Exportação, são cotas sempre negociáveis e o mercado hoje voltou ao ritmo normal, com o excedente asiático (incluindo o da Tailândia) já precificado há certo tempo. Segundo ela, “nada de grande movimentação nem por parte dos especuladores ou hedgers”.
Maurício Muruci, da Safra & Mercado, também acha que a medida indiana teve impacto zero. Lembra, contudo, que as tendências, “desde 8 de fevereiro”, são de Nova York ficar mais próxima dos 12 c/lp, com a entrada do açúcar brasileiro. “Eventuais ganhos moderados no meio do caminho não impactam a tendência mais longa”, completa.
Ao que parece, o teto nos últimos pregões está em 12.50 c/lp e as indústrias brasileiras exportadoras, com um bom volume de açúcar ainda a ser precificado, estão monitorando de perto. Segundo um trader de uma delas, que pediu anonimato, a empresa tem montado algumas posições em Nova York para tentar algum movimento no mercado de segurar mais as quedas. Abaixo de R$ 950/900 a tonelada eles não vendem e também não compensam escoar o produto internamente.
“Com certeza não é só nós que estamos fazendo essas operações pontuais; compramos num dia, vendemos no outro”, destacou o operador.
Prêmios
Demanda calma em Santos. Maio mas 8 pontos sobre Nova York para VHP a granel.
O junho, de certa maneira entrando no ponto alto da safra, portanto é o menos demandado, reagiu um pouco ao longo da semana, mas “não passa de 5 pontos”, de acordo com o analista da Safas.
Físico
Tem indústrias de alimentos correndo para algumas compras, com a referência NY abaixo de 12.50 c/lp. São oportunidades que aquelas que deixam para a última hora não deixam escapar, explica Muruci.
Na opinião de Ana Cláudia, da Canex, o mercado físico não dá mostras de fôlego, “demanda ainda está moderada”. O que poderia mostrar que o mercado interno também está esperando melhores oportunidades à frente.
Ainda teria o clima agora no foco, mas por enquanto não há sinais de chuvas que possam atrapalhar a colheita e moagem. Portanto, limitando também espaço para reações nos preços.
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