1ª usina só de etanol de milho no MT, prevista para junho, já contratou 20% da safrinha
Com a abertura da colheita da safrinha, daqui a cinco meses, uma nova janela de oportunidade se abrirá para os produtores de milho do Mato Grosso. Junto com o milho novo estará sendo inaugurada a primeira usina exclusiva de etanol extraído do grão. Na verdade, esse novo canal de venda já está funcionando desde agosto, setembro passados. A FS Bioenergia já começou a garantir a matéria-prima àquela época.
Hoje, das 560 mil toneladas que vão ser esmagadas em 2017, a partir da inauguração, no começo de junho, o CEO Rafael Abud aponta a contratação fechada de 20%. Até dezembro, FS espera desovar nos postos em torno de 220 milhões de litros de etanol hidratado.
A unidade de Rio Verde, associação da grupo americano Summit com a local Fiagril Participações – que vendeu fatia de sua trading para os chineses da Hunan Dakang, em maio de 2016 -, vai escoar a produção no Mato Grosso, alcançar algumas praças do Norte e, num futuro, acessar o mercado nordestino, altamente importador de combustível renovável. Apesar da distância, a distribuição não preocupa Abud, o que deverá acontecer, com maior segurança, quando a usina dobrar a produção numa segunda fase – talvez quando o Brasil já souber quem será o substituto do presidente Michel Temer, lá pelo final de 2018.
Custo X tecnologia
Também não preocupa o dirigente da FS Bioenergia a volatilidade do cereal, obviamente na subida da tabela, podendo encarecer os custos de produção. O risco há, naturalmente, se conforma Rafael Abud. Porém, ele acredita que situações limites como a do primeiro semestre de 2016, quando o milho explodiu, não deverão repetir. “O ano passado foi a tempestade perfeita”, exemplifica o executivo lembrando da forte demanda externa, dólar alto, crise política e produção que não saiu como se esperava.
Na safrinha 16/17, por exemplo, já está praticamente garantida uma boa produção e boa produtividade diante dos bons ventos da soja verão que apontam para o plantio dentro da janela ideal, bem como um clima ainda sem contratempo nos mapas metorológicos.
Para completa, as possibilidades de amortecer possíveis baques no custeio operacional sem comprometer a renda obtida na distribuição do etanol, que perderia competitividade, o CEO da FS lembra que a alta tecnologia dos equipamentos trazidos dos Estados Unidos – pátria do carburante dessa matriz – que se traduz em produtividade e gerará a produção de derivados. Da usina de Lucas do Rio Verde vão sair também farelo de milho com alto teor proteico para bovinos, suínos e aves (DDGs). Além de óleo bruto de milho.
Mais uma?
Outra empresa americana colocou no radar o Mato Grosso como possível porto futuro para mais uma usina exclusivamente do mesmo etanol que a FS, é a IMC Inc. Os gestores estiverem reunidos com o governo mato-grossense, em dezembro, coletando informações sobre os programas de incentivos a investimentos para olharem as potencialidades gerais. Devagar o mercado começa a gerar novos destinos e formatos de distribuição para os produtores, que até então têm como única plataforma de descarga, no caso do corredor de combustível, as usinas flex, que se encontram na macro-região estendida até o Mato Grosso do Sul – e que operam a maior parte do tempo esmagando cana.
Usina FS Bioenergia em construção, em Lucas do Rio Verde (MT)
2 comentários
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Aguinaldo Zamaro Sorriso - MT
Existe a USIMAT em Campos de Julio que produz alcool de Milho desde 2011... estão meio perdidos esse povo.
https://www.novacana.com/n/etanol/mercado/etanol-milho-novo-combustivel-mato-grosso-120416/Obrigado Aguinaldo, mas a Usimat é flex e a matéria faz menção à 1a. usina exclusiva de etanol de milho.
Luiz Alfredo Viganó Marmeleiro - PR
"Também não preocupa o dirigente da FS Bioenergia a volatilidade do cereal"??? Esse é um gestor de qualidade mesmo, o único insumo da sua empresa é o milho e eles não estão preocupados com o custo? Estamos no país dos absurdos mesmo, onde grandes grupos internacionais investem sabendo que os riscos são mínimos, pois se der prejuízo sabem que o estado paizão socorre, seja com subsídios, deduções de tributos, desonerações trabalhistas ou outras mandingas que os burocratas do governo são especialistas. Etanol de milho não é lucrativo nem nos EUA, que produzem só uns 200 milhões de toneladas a mais que nós , e que o fazem somente pra fins politiqueiros de redução de emissão de gases, pois o balanço energético é NEGATIVO para o etanol extraido do cereal. Esperemos mais uns anos e veremos se esses "investidores" são uns visionários ou mais uns oportunistas iguais a tantos que hoje proliferam nas páginas políticas e policiais da imprensa. A propósito, se alguém se interessar leiam a pesquisa dessa jovem:http://www.unifal-mg.edu.br/engenhariaquimica/system/files/imce/TCC_2014_1/Carolina%20Manochio.pdf