Usinas do centro-sul elevam produção de açúcar na 2ª quinzena de setembro
SÃO PAULO (Reuters) - A moagem de cana e a produção de açúcar no centro-sul do Brasil aumentaram na segunda quinzena de setembro na comparação com a primeira metade do mês e em relação ao mesmo período do ano passado, informou nesta sexta-feira a União da Indústria de Cana-de-açúcar (Unica) em comunicado, em um momento em que usinas aproveitam os bons preços do adoçante.
O volume processado de cana pelas unidades produtoras somou 42,26 milhões de toneladas, ante 37,7 milhões na primeira quinzena do mês e com um aumento de cerca de 4 por cento na comparação com o mesmo período do ano passado.
Já a produção quinzenal de açúcar totalizou 2,95 milhões de toneladas, ante 2,4 milhões na primeira parte do mês, com um crescimento de 23,14 por cento na comparação com o mesmo período de 2015.
O processamento de açúcar na quinzena superou a expectativa média do mercado, de que o centro-sul produziria 2,9 milhões de toneladas no período.
Mas chuvas tornaram-se mais presentes no interior de São Paulo na primeira metade de outubro e deverão se intensificar até o final do mês, segundo o serviço Weather Dashboard, da Thomson Reuters. Com isso, poderá haver uma desaceleração nas operações de moagem e condições técnicas mais favoráveis para produção de etanol, o seria refletido nos próximos relatórios quinzenais da Unica.
Até o momento, as usinas têm produzido açúcar no máximo da capacidade do maquinário. Na segunda quinzena de setembro, o mix de cana destinada ao açúcar ficou em 50,2 por cento, ante 42,5 por cento na mesma quinzena de 2015. Foi a primeira vez nesta safra que a destinação de matéria-prima para açúcar foi mais que a metade.
"A maior proporção de matéria-prima direcionada à fabricação de açúcar na segunda quinzena de setembro foi influenciada pela queda da participação das destilarias autônomas (empresas que não produzem açúcar) na moagem total da quinzena", disse a Unica em seu relatório.
Analistas destacam também que o favorecimento ao açúcar é estimulado em grande parte pelos elevados preços da commodity, que bateram a máxima de quatro anos na semana passada na bolsa de Nova York, em meio às perspectivas de déficit no mercado global.
A Archer Consulting disse na quinta-feira que as usinas de açúcar do Brasil já fixaram preço na bolsa de Nova York para exportações de 7,17 milhões de toneladas do adoçante da nova safra (2017/18), ou 27 por cento do total projetado para ser exportado, em um ambiente de cotações altamente remuneradoras.
A Unica destacou também que até o fim de setembro, 13 unidades produtoras haviam encerrado a safra 2016/17. Quase a metade é de empresas localizadas em Goiás, onde disponibilidade de cana foi a mais afetada pela queda do rendimento agrícola.
(Por Roberto Samora e Gustavo Bonato)
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