Chuva atinge moagem, mas é cedo para reduzir projeção para 16/17, diz Datagro

Publicado em 06/06/2016 14:36

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SÃO PAULO (Reuters) - As chuvas que atingem as principais regiões produtoras de cana do centro-sul do Brasil desde meados de maio impediram a moagem durante vários dias, mas o impacto das precipitações para o setor, até o momento, é favorável para o desenvolvimento da safra atual (2016/17) e da próxima temporada (2017/18), afirmou à Reuters o presidente da consultoria Datagro, Plinio Nastari.

Segundo ele, é "prematuro" afirmar que as projeções de moagem do centro-sul na safra atual serão reduzidas pelas intensas precipitações recentes, até porque há expectativa de que o fenômeno La Niña traga tempo mais seco, favorável ao processamento de cana, no segundo semestre.

"Obviamente, faz com que tenha um impacto na moagem. Agora, esta chuva ajuda a compensar a seca que tivemos de março até meados de maio. No todo, a chuva é bem-vinda, atrapalha o aproveitamento de tempo no momento de moagem (agora), mas é bem-vinda para o final desta safra e para safra que vem", disse o consultor, ressaltando os benefícios que a umidade terá para a produtividade agrícola.

A moagem de cana no centro-sul do Brasil está estimada pela União da Indústria de Cana-de-açúcar (Unica) entre 605 milhões e 630 milhões de toneladas em 2016/17, representando possibilidade de queda ou de alta ante os 617,7 milhões de toneladas processados em 2015/16.

Segundo Nastari, o setor perdeu quatro dias de moagem na segunda quinzena de maio.

Como chuvas foram registradas em importantes áreas também em junho, pode haver novamente baixo aproveitamento do tempo de processamento.

Mas a indústria poderia recuperar os dias perdidos no segundo semestre, com expectativa períodos mais secos.

"A partir de setembro, entra em anomalia de La Niña... A La Niña pode ser que signifique um aproveitamento de tempo maior no segundo semestre", comentou.

Segundo Nastari, o tempo chuvoso também aumenta o período de espera de atracação dos navios nos portos, uma vez que os embarques são paralisados quando chove.

Ao final de maio, o tempo de espera para atracação no terminal da Soceppar, no porto de Paranaguá, subiu de 17 para 24 dias, lembrou Nastari, acrescentando que no terminal da Rumo, em Santos, a espera passou de seis para nove dias.

A longa fila de navios para embarque de açúcar, no entanto, pode ser explicada pela grande demanda pelo produto brasileiro, ressaltou o analista, que disse não ver problemas significativos relacionados ao clima para a exportação brasileira.

(Por Roberto Samora)

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Fonte:
Reuters

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