BNDES libera R$ 2 bi para estocagem de etanol
SÃO PAULO (Reuters) - Uma linha de crédito de 2 bilhões de reais do BNDES para que usinas de cana possam financiar a estocagem de etanol para uso na entressafra estará disponível nas agências de bancos comerciais a partir de terça-feira, mas as condições de financiamento estão mais duras do que as registradas no ano passado, quando todo o volume de recursos foi tomado.
O BNDES espera que a linha seja suficiente para estocagem de até 1,4 bilhão de litros de etanol, disse uma fonte da instituição à Reuters nesta segunda-feira. Em comunicado, o banco confirmou a informação posteriormente.
A linha de financiamento de estocagem de etanol do BNDES é considerada importante para auxiliar usinas a manter estoques do produto na entressafra, principalmente do tipo anidro, que é misturado à gasolina.
Nos últimos dias, executivos de companhias do setor sucroalcooleiro reclamaram da demora na liberação dos recursos por parte do banco, já que a safra já se encaminha para a sua parte final --iniciou oficialmente em abril e termina em dezembro, na maior parte das empresas.
A linha chega com mudanças em comparação à que foi aprovada em 2014 e que foi toda utilizada, principalmente nos juros.
Em 2014, os recursos eram corrigidos pela TJLP (Taxa de Juros de Longo Prazo), mais 1 por cento ao ano e a remuneração da instituição financeira credenciada, de 1,7 por cento ao ano.
Em 2015, a linha terá custo financeiro misto, com 25 por cento baseado em TJLP e 75 por cento em referenciais de mercado, acrescido de 1,775 por cento ao ano para o BNDES e da remuneração da instituição financeira, que será negociada livremente entre o cliente e o banco repassador do crédito.
O limite de financiamento é de 500 milhões de reais ou 20 por cento da receita operacional bruta (ROB).
O consumo de etanol subiu fortemente no Brasil neste ano. Em julho apenas o uso do tipo hidratado (utilizado nos carros flex) ficou 55 por cento acima de igual mês do ano passado, atingindo maior volume mensal da história, em 1,55 bilhão de litros.
(Reportagem de Marcelo Teixeira)
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