Investimentos na indústria de esmagamento de soja devem atingir R$ 11,3 bilhões entre 2025 e 2027, aponta Itaú BBA

Publicado em 16/12/2024 14:18
Capacidade de esmagamento que deverá maturar nos próximos três anos é quase o dobro da capacidade que entrou em funcionamento entre 2022 e 2024

O Itaú BBA mapeou 13 novos projetos que irão adicionar 37 mil t/dia à capacidade de esmagamento de soja do Brasil entre 2025 e 2027, por meio de novas plantas e expansões. O valor nominal dos investimentos alcança aproximadamente R$11,3 bilhões nesse período, resultando em uma capacidade adicional de 11,1 milhões de toneladas por ano.

A projeção é que os novos investimentos aumentarão a capacidade instalada de esmagamento de soja no Brasil de 59,8 milhões de toneladas em 2024 para 72,1 milhões de toneladas em 2027. Caso a taxa de utilização da indústria permaneça em 92% – média histórica –, a moagem estimada passará de 54,5 milhões de toneladas em 2024 para 66,3 milhões de toneladas em 2027, o que representa um crescimento anual de 6,8%.

“Nos últimos anos, a indústria de óleos vegetais apresentou um aumento significativo no volume de soja esmagado. Parte dessa expansão se deve ao incremento do uso de biodiesel no Brasil, uma tendência que deverá continuar nos próximos anos, impulsionada pela nova lei do Combustível do Futuro”, afirma Lucas Brunetti, analista da Consultoria Agro do Itaú BBA.

Apesar do aumento na capacidade de esmagamento, o excedente exportável de soja no Brasil deverá crescer, mas com quedas em alguns estados como Pará, Rio Grande do Sul, Paraná e Goiás até 2027. O Mato Grosso, por sua vez, deverá registrar o maior aumento do excedente exportável, cerca de 9,9 milhões de toneladas até 2027. Isso se deve à expectativa de maior produção e à ausência de novos projetos de plantas de esmagamento no estado, que possui forte oferta de oleaginosa.

Biodiesel e subprodutos

De acordo com o Itaú BBA, a demanda por biodiesel, em virtude da lei "Combustível do Futuro", deve aumentar o teor da mistura de biodiesel (BX) dos atuais 14% para até 25% no longo prazo. Embora o aumento da mistura seja incerto, espera-se que ocorra de forma gradual, com incrementos anuais de 1%. A expectativa é que a mistura atinja 15% em março de 2025, 16% em março de 2026 e 17% em março de 2027, embora esses aumentos precisem ser ratificados anualmente pelo Conselho Nacional de Política Energética (CNPE).

O consumo de diesel no Brasil deve alcançar 72,9 bilhões de litros em 2027, a partir dos 67,8 bilhões de litros previstos para 2024. O consumo de biodiesel também deverá crescer, passando de 9,3 bilhões de litros em 2024 para 12,3 bilhões de litros em 2027, um aumento anual de 9,7%.

Dessa forma, o estudo aponta que a demanda de óleo de soja para a produção de biodiesel deverá saltar de 5,9 milhões de toneladas em 2024 para 7,9 milhões de toneladas em 2027, um aumento de 34%. Com esse crescimento no consumo de biodiesel, as exportações de óleo de soja deverão se manter em níveis mais baixos, em torno de 1 milhão de toneladas, abaixo da média de 1,8 milhão de toneladas das últimas cinco safras.

Esse cenário tende a gerar um excesso de farelo no mercado interno. Mesmo com um crescimento acelerado na exportação e no consumo doméstico, espera-se um aumento expressivo nos estoques do produto. De acordo com as projeções, a produção brasileira de farelo de soja deve crescer de 42,5 milhões de toneladas em 2024 para 49,2 milhões de toneladas em 2027, um aumento de cerca de 7 milhões de toneladas.

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Fonte:
Itaú BBA

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