Soja intensifica baixas em Chicago nesta 3ª feira, e combinada com dólar em queda, pressiona preços no BR
Os preços da soja amargam mais um dia de baixas agressivas na Bolsa de Chicago nesta terça-feira (9). O mercado começou o dia trabalhando com estabilidade, testando os dois lados da tabela, mas passaram para o campo negativo e, por volta de 12h55 (horário de Brasília), as cotações cediam entre 3,75 e 14,75 pontos nos contratos mais negociados , com a pressão ainda mais forte sobre os vencimentos mais alongados, os quais seguem trabalhando abaixo dos US$ 11,00 por bushel.
Segundo explicam analistas e consultores, o mercado continua a refletir as boas perspectivas sobre a nova safra americana, em especial depois da revisão do USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) sobre a condição das lavouras norte-americanas, que subiu de 67% para 68% na semana para a classificação de campos em boas ou excelentes condições. No ano passado, este número era de 50%.
"É normal acontecer essa corrida baixista para o investidor ver até onde pode cair. Com esse percentual das lavouras, os EUA podem colher mais de 121 milhões de toneladas, no ano passado foram 113 milhões. E isso está servindo de argumento para o mercado apostar na baixa", explica Vlamir Brandalizze, consultor de mercado da Brandalizze Consulting. "É um efeito manada".
O clima previsto para os próximos dias no Meio-Oeste americano também traz condições favoráveis para a continuidade do desenvolvimento da safra 2024/25, o que mantém os mercados pressionados. Além disso, a demanda lenta pela soja americana também pesa.
"O modelo GFS, gerado nessa manhã, resumidamente indica, até dia 11, volumes totais de até 75 mm no para áreas que incluem o sul de Michigan, noroeste de Indiana, centro de Illinois, sudeste do Missouri e norte de Arkansas. Nos próximos 10 dias, os acumulados de chuva nessas regiões mencionadas podem intensificar-se, alcançando até 100 mm, com previsão de alcançar Ohio, sul de Indiana e parte do sudeste americano", informa o grupo Labhoro.
Complementando a pressão sobre as cotações vem aind a despencada do óleo de soja negociado na Bolsa de Chicago. Os futuros do derivado perdem mais de 4% entre as posições mais negociadas, sentindo perdas também do óleo de palma, bem como dos futuros do petróleo, os quais recuam tanto no WTI, quanto no brent, ambos perdendo mais de 1%.
No mercado brasileiro, ainda segundo Brandalizze, os preços também cedem - até R$ 6,00 por saca em relação ao melhor momento da semana passada - refletindo não só as baixas de Chicago, como também do dólar frente ao real. Nos portos, a situação é semelhante, porém, as baixas são mais contidas. "O mercado está voltando ao que estava cerca de três semanas atrás. Foi muito dinheiro que escapou nesta semana e que é difícil de recuperar", diz.
O que ajuda a trazer certo equilíbrio à formação de preços da soja brasileira ainda é o prêmio, embora estejam mais estáveis neste momento, em relação às últimas semanas.
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