Preços da soja disparam mais de 2% em Chicago e fecham o dia acompanhando novas altas do farelo
Se o mercado da soja há muito não trazia grandes novidades isso terminou nesta quinta-feira (2)! Os futuros da oleaginosa acompanharam uma nova disparada do farelo na Bolsa de Chicago e terminaram esta sessão com ganhos de mais de 2% entre as posições mais negociadas, voltando a se aproximar dos US$ 12,00 por bushel. O maio fechou o dia com US$ 11,90 e o julho e o agosto com US$ 11,99.
No farelo, os ganhos superaram os 4% na CBOT, levando o contrato julho a US$ 364,90 e o agosto a US$ 364,10 por tonelada curta.
"A derrocada nos futuros do dólar associada às preocupações com as greves na Argentina, as chuvas no Rio Grande do Sul em plena colheita e chuvas nos EUA que podem atrapalhar o plantio 2024/25 corroboraram para o cenário altista para o complexo", explica o analista de mercado Eduardo Vanin, da Agrinvest Commodities.
O analista complementa dizendo que com as greves podendo voltar a a acontecer na Argentina, "a demanda por farelo está migrando para os EUA. E outro ponto que o mercado está observando são as margens ruins de esmagamento nos EUA".
CLIMA NO RS
As fortes precipitações no Rio Grande do Sul têm gerado grande preocupação, já que de 30 a 40% da área de soja no estado ainda não foi colhida e uma grande parte deste percentual deverá registrar 100% de perda, com as lavouras completamente debaixo d'água. E as previsões seguem indicando mais chuvas para o estado nos próximos dias.
O mapa abaixo mostra a precipitação acumulada somente nas últimas 24 horas, com volumes que passam de 125 mm em algumas regiões. São mais de 130 municípios afetados, 24 mortos, uma baragem rompida na Serra Gaúcha, além de inúmeras ocorrências de deslizamentos de terras, perdas de infraestrutura, transbordamento de rio, estradas bloqueadas, e o governador Eduardo Leite classificando o atual momento como a pior tragédia da história para o Rio Grande do Sul.
"O avanço de uma frente fria vinda do Rio Grande do Sul vai provocar chuva intensa e volumosa sobre Santa Catarina, a partir da madrugada desta quinta-feira, 2 de maio. O dia vai começar com muitas nuvens e há possibilidade de pancadas a qualquer momento em áreas do centro-sul e no oeste da região. Nas cidades de São Miguel do Oeste e Chapecó, por exemplo, a situação é de perigo em função da chuva extrema que pode ocasionar transtornos. Já no litoral e na capital, Florianópolis, as instabilidades devem avançar a partir da tarde com volumes menos expressivos", afirma a Climatempo.
A empresa ainda trouxe um mapa com riscos esperados para os próximos dias para ambos os estados.
"A situação no Rio Grande do Sul está muito complicada, especialmente na região de Santa Maria. Em apenas três dias, foram registrados mais de 450 mm de chuva, volume total próximo mensal na região. No entanto, há previsões de que a intensidade das chuvas irá reduzir, gradualmente, e espera-se que cessem até domingo. O rio Taquari, fundamental via fluvial no Vale do Taquari, alcançou níveis preocupantes, ultrapassando 30 metros em Estrela e Lajeado. Essa altura histórica supera registros de 150 anos, marcando uma das piores enchentes já documentadas na região", afirma o diretor geral do Grupo Labhoro, Ginaldo Sousa.
CLIMA NOS EUA
Embora menos intensas, as preocupações com o clima nos Estados Unidos também começam a aparecer. Os próximos dias deverão ser de chuvas mais volumosas em regiões importantes de produção, com o plantio podendo ter seu ritmo comprometido.
"O modelo GFS, gerado nessa manhã, resumidamente, indica chuvas ao longo dos próximos 10 dias para maior parte do Meio-Oeste, bem como para o sudeste e sul dos EUA. O tempo seco é indicado
para Michigan, oeste das Dakotas, oeste de Nebraska, centro e oeste do Kansas, panhandle de Oklahoma e do Texas, sul do Alabama e sudeste do Mississippi. Já modelo Europeu, gerado de madrugada, indica tempo seco somente no oeste do Nebraska, panhandle de Oklahoma e do Texas, sul do Alabama e sudeste do Mississippi, com previsões de chuvas mais abrangentes quando comparado ao GFS", traz o grupo Labhoro.
Em uma previsão um pouco mais curta, o mapa do NOAA para os próximos sete dias - de 3 a 10 de maio - mostra volumes ainda mais intensos, em especial na porção leste e no centro-sul dos Estados Unidos.
DÓLAR E OS NEGÓCIOS NO BRASIL
Como o mercado já esperava, a quinta-feira foi marcada também pela intensa movimentação do dólar, em especial no Brasil. Depois da decisão do Federal Reserve de manter a taxa básica de juros inalterada nos EUA - entre 5,25% e 5,50% - e da classificação para o Brasil pela Moody's, uma desvalorização da divisa já era esperada frente ao real e assim o dia se encerra com baixa de 1,53% e a moeda valendo R$ 5,11.
Apesar do recuo do dólar, as altas em Chicago ajudaram a dar suporte aos preços da soja no mercado brasileiro. "Houve uma média de R$ 1,00 por saca de alta nas praças pesquisadas por aqui. As altas não foram mais intensas por conta da queda do dólar", relatou o diretor da Pátria Agronegócios, Matheus Pereira. Novos negócios, porém, foram poucos.
Como o mercado já esperava, a quinta-feira foi marcada também pela intensa movimentação do dólar, em especial no Brasil. Depois da decisão do Federal Reserve de manter a taxa básica de juros inalterada nos EUA - entre 5,25% e 5,50% - e da classificação para o Brasil pela Moody's, uma desvalorização da divisa já era esperada frente ao real e assim o dia se encerra com baixa de 1,53% e a moeda valendo R$ 5,11.
Apesar do recuo do dólar, as altas em Chicago ajudaram a dar suporte aos preços da soja no mercado brasileiro. "Houve uma média de R$ 1,00 por saca de alta nas praças pesquisadas por aqui. As altas não foram mais intensas por conta da queda do dólar", relatou o diretor da Pátria Agronegócios, Matheus Pereira. Novos negócios, porém, foram poucos.
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