Soja: BR negocia mais de 3 mi de t na semana, apesar de fechamento no vermelho em Chicago
A última sessão da semana fechou com baixas fortes para a soja negociada na Bolsa de Chicago, com as principais posições perdendo entre 13,75 e 44,75 pontos, levando o agosto a US$ 14,87 e o novembro a US$ 13,82 por bushel. As perdas mais intensas continuam a ser observadas nos contratos mais próximos uma vez que entre os dias de alta, o movimento foi semelhante. Assim, o contrato agosto, na semana, acumulou uma perda de 1%, enquanto o novembro caiu expressivos 3,29%.
No mês, porém, o contrato agosto - de 3 a 28 de julho - tem um ganho acumulado de 1,30%, saindo de US$ 14,67 para US$ 14,86 por bushel, enquanto no novembro o ganho é de 2,14%, de US$ 13,53 para US$ 13,82, tendo se mantido num período importante na casa dos US$ 14,00.
A semana foi bastante volátil para os futuros da oleaginosa na CBOT, marcado pelas notícias vindas do conflito entre Rússia e Ucrânia - que influenciou primaria e principalmente os mercados de milho e trigo - pelas previsões climáticas para o Corn Belt e pela presença forte da demanda pelo produto dos Estados Unidos.
"Tivemos boas notícias. Hoje (28), o USDA anunciou novas vendas americanas, sendo 909,5 mil toneladas, ou seja, na semana foram quase 1,7 milhão de toneladas de soja vendida, é um volume grande para a época e isso acabou dando um fôlego. Só que o mercado perdeu o suporte dos US$ 14,00 no novembro, agora é US$ 13,50 e a resistência é US$ 14,00. E agora temos, na segunda-feira, o relatório de qualidade das lavouras" explicou o consultor de mercado Vlamir Brandalizze, da Brandalizze Consulting.
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Com a chegada das últimas chuvas a alguns pontos do cinturão e mais alguns volumes que estão sendo esperados para os próximos dias, ainda como explica o especialista, a expectativa é de que o USDA possa, inclusive, melhorar o índice de lavouras em boas ou excelentes condições nos Estados Unidos, o que poderia também pesar sobre as cotações.
"Se o USDA melhorar a condição das lavouras na segunda-feira (31), os melhores níveis, provavelmente, podem ter passado e o mercado vai tentar uma acomodação", diz Brandalizze. Do mesmo modo se o relatório vier sinalizando uma piora nas condições - o que é menos provável, na perspectiva do do consultor, em função também do conservadorismo do USDA - o mercado poderia reagir, mas sem muita força.
As chuvas previstas, ainda segundo Brandalizze, "não vão tazer um diferencial para a safra americana. A safra americana tem bastante comprometimento, acredito que dificilmente será uma safra acima de 113 milhões de toneladas, mais provável que fique até abaixo das 112 milhões, mas este fator já está absorvido pelo mercado. Então, os analistas já sabem disso, pouca coisa muda pela frente. Mas sabe-se que será uma safra menor, estoques menores, menos soja para exportar, mas vamos ter uma compensação aqui na América do Sul com Brasil, Argentina e Paraguai crescendo".
MERCADO BRASILEIRO
No Brasil, apesar de a semana também ter sido bastante volátil, os preços registraram melhoras significativas e vieram construindo um cenário importante de recuperação durante o mês de julho, segundo explica a Safras & Mercado. "Com isso, os produtores aproveitaram o bom momento e comercializaram bons volumes", informa o reporte semanal da consultoria.
Ainda segundo os analistas da Safras, "melhor comportamento do mercado doméstico esteve ligado ao desempenho dos contratos futuros na Bolsa de Mercadorias de Chicago".
Nesta sexta-feira, apesar das perdas intensas em Chicago, os preços no mercado de balcão testaram indicativos, no Rio Grande do Sul, de R$ 138,00 a R$ 143,00 por saca; nos demais estados do Sul e no Sudeste, de R$ 125,00 a R$ 135,00. Já para as referências nos portos, Rio Grande testou níveis entre R$ 156,00 a R$ 158,00, tendo testado até R$ 161,00 no outubro em Rio Grande em momentos melhores da semana, que ainda paga melhor do que Paranaguá neste momento.
"Podemos dizer que foi uma semana de muitos negócios. O produtor aproveitou a alta e temos perto de três milhões e meio de toneladas de soja negociadas, uma boa semana. O produtor aproveitou, fez venda, fez barter, fez troca, aproveitou os bons momentos, os insumos ainda estavam dando boas relações, produtor aproveitou a semana", relatou Vlamir Brandalizze.
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